Mais Lidas

Mundo cão em Manaus

Caixões são empilhados em covas e idoso é enterrado pelos filhos

Com a Covid-19, Manaus passou a ter média de 100 enterros por dia
Com a Covid-19, Manaus passou a ter média de 100 enterros por dia -

Com média de 100 enterros por dia — o triplo do que era o normal antes da pandemia do novo coronavírus —, os cemitérios de Manaus estão dando sinais de que não conseguem mais atender à demanda. O caso mais emblemático da atual crise ocorreu no domingo, quando uma família, na falta de coveiros, teve que enterrar o corpo do próprio pai, vítima da Covid-19. O Amazonas contabiliza 3.928 casos confirmados, com 320 óbitos.

"Nós mesmos estamos enterrando ele, porque não tem coveiro", reclamou um filho de Joaquim Lopes da Silva, idoso de 82 anos que morreu no meio da semana passada, mas cujo corpo só foi localizado após três dias de buscas, segundo o G1.

A Prefeitura de Manaus afirmou que o episódio foi um fato isolado e prometeu tomar as medidas cabíveis.

Outra denúncia dá conta de que os caixões com corpos de vítimas da pandemia estavam aguardando para serem empilhados nas valas comuns abertas no Cemitério Nossa Senhora Aparecida. A prefeitura alegou ter reorganizado o "layout das covas" diante da "alta demanda de sepultamentos". Em 24 horas, foram 140 enterros e duas cremações.

"Disseram que vão enterrar um em cima do outro. Isso não é digno. Somos cidadãos que pagam impostos, temos o direito de enterrar nossos entes dignamente. É desumano", disse uma parente de uma das vítimas.