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Polícia prende suspeitos de lavar dinheiro da milícia e movimentar R$ 189 milhões desde 2016 na Baixada

Foco da operação Pax Romana é o bloqueio de bens e contas dos integrantes do grupo. Quatro homens foram presos até agora

Investigação tem como objetivo quebrar financeiramente uma milícia que atua na Baixada Fluminense
Investigação tem como objetivo quebrar financeiramente uma milícia que atua na Baixada Fluminense -
 A Polícia Civil do Rio cumpre na manhã desta terça-feira cinco mandados de prisão e 68 de busca e apreensão contra suspeitos de lavar dinheiro de uma milícia que atua na Baixada Fluminense. O foco da operação Pax Romana, no entanto, é o bloqueio de bens e contas dos integrantes do grupo. Quatro homens foram presos até agora.
A investigação tem como objetivo quebrar financeiramente uma milícia que atua na Baixada Fluminense. Segundo a delegada Patrícia Alemany, chefe do Departamento Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD), as investigações começaram a partir de relatórios de inteligencia financeira. 
A ação visa a indisponibilidade de 33 imóveis e 115 veículos, além do bloqueio de 207 bens no valor total de mais de R$ 29 milhões. A operação está em sua primeira fase e percebeu a integração da organização com a milícia com empresas de fachada, como empresas de gás. "Um dos cabeças da quadrilha era há cerca de dez anos um vendedor de gás, agora tem patrimônio de R$ 15 milhões", disse a delegada em entrevista à TV Globo. 
O Departamento Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD) realiza a operação com apoio da Receita Estadual e da Agência Nacional do Petróleo (ANP). 

A investigação, iniciada a partir de relatório de inteligência financeira do Coaf, apurou que a organização criminosa usava uma empresa distribuidora de gás para fazer a lavagem de dinheiro proveniente da prática de crimes. A quadrilha atua em bairros da Zona Oeste e nos municípios de Nova Iguaçu e Seropédica, na Baixada Fluminense.

De acordo com o apurado, foram identificadas movimentações incompatíveis dos investigados e pessoas jurídicas em mais de R$ 1 milhão, entre os anos de 2016 e 2018. O bando teria movimentado ainda cerca de R$ 28 milhões de transações atípicas, no período de 2018 a 2019, e aproximadamente R$160 milhões só no mês de janeiro desse ano.

Durante as investigações foram identificados ainda outros crimes praticados pela organização criminosa, que impedia a livre concorrência de empresas e serviços nas regiões onde agem, obrigando os moradores a consumirem produtos e serviços oferecidos ilegalmente por eles. A quadrilha é investigada pelos crimes de organização criminosa, lavagem de capitais e crime contra a ordem econômica.

Participam da operação policiais das Delegacias de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), Roubos e Furtos de Cargas (DRFC), Fazendária (Delfaz) e 26ª DP (Todos os Santos).