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Drama sem fim

Faltam leitos, médicos e informações em hospitais

Pacientes da Covid-19 sofrem com espera por leitos de UTI e muitos morrem antes da transferência
Pacientes da Covid-19 sofrem com espera por leitos de UTI e muitos morrem antes da transferência -

O sofrimento parece não ter fim para quem busca atendimento nos hospitais do Rio de Janeiro para tratamento da Covid-19 e para os parentes dos que conseguem ser internados ou não resistem ao coronavírus.

É o caso de Pedro Bezerra Costa, 63 anos, que morreu ontem à espera de leito em UTI. Ele deu entrada na UPA da Tijuca no dia 25 com tosse e falta de ar. A coordenação da UPA informou que ele passou por exames de sangue e imagem e foi medicado, mas piorou, teve que ser isolado e morreu antes de conseguir transferência.

Outro caso é do filho de Misael Cruz, Victor Cruz, de 35 anos, que não tem informações há três dias do pai internado na UPA da Penha."A angústia antes era a falta de leito, de um possível respirador e transferência para ele, mas agora vivo na agonia sem ter notícia. Uma assistente social disse que a ordem era não passar informação do estado de saúde", disse.

Apesar dos Hospitais Federais no Rio terem cedido leitos de retaguarda para desafogar as redes municipal e estadual, a Defensoria Pública Federal atestou anteontem, em audiência, que seria inviável realocar leitos da rede federal para a Covid-19 porque faltam equipamentos de proteção (EPIs) e profissionais nessas unidades.

O defensor federal Daniel Macedo destacou que a o Hospital Federal de Bonsucesso tem apenas 19 leitos para Covid-19, embora tenham sido prometidos 233. Apenas dois novos médicos se apresentaram na unidade. Seriam necessários 700 profissionais para dar conta dos 233 leitos.

Macedo lembra que no fim de maio terminam os contratos de 4.200 profissionais dos hospitais federais, onde já faltam 8.400 funcionários. Ele acredita que todas as unidades do Rio vão parar. O Ministério da Saúde tem até 7 de maio para apresentar soluções.

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