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Com aval do STF, PF já pode investigar denúncias de Moro contra o presidente

Segundo o ex-ministro Sergio Moro, o presidente Bolsonaro teria tentado interferir no trabalho da PF
Segundo o ex-ministro Sergio Moro, o presidente Bolsonaro teria tentado interferir no trabalho da PF -

A decisão do decano do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Celso de Mello, de aceitar o pedido do Procurador-Geral da República, Augusto Aras, para abertura de um inquérito envolvendo o presidente Jair Bolsonaro, a partir das acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro, tem um longo caminho a percorrer. Especialistas consultados pelo MEIA HORA avaliam que o caso pode levar de três a quatro meses, dependendo do ritmo das investigações e diligências que serão feitas pela Polícia Federal.

Inicialmente, o inquérito vai investigar as denúncias feitas por Moro de que Bolsonaro teria feito tentativas de interferência no trabalho da PF e relatou ações do presidente da República que, se comprovadas, podem configurar crimes, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR).

Entre os supostos crimes investigados pela PF estão coação no curso do processo, advocacia administrativa, prevaricação ou corrupção passiva privilegiada.

Cabe destacar que os sucessores de Sergio Moro e Maurício Valeixo (este último no comando da Polícia Federal) tiveram os nomes publicados ontem no Diário Oficial. André Gonçalves é o novo ministro da Justiça e Alexandre Ramagem, pivô da briga de Bolsonaro e Moro, assume a PF.

Manoel Peixinho, advogado e professor da PUC-RJ, alerta para o crime de responsabilidade. "Fica clara a violação, por parte do presidente, do dever de probidade previsto no inciso V da lei 1079/50, porque, ao interferir nas investigações da PF, o presidente maculou o dever de probidade como chefe supremo do país", diz.

Segundo o ex-ministro Sergio Moro, o presidente Bolsonaro teria tentado interferir no trabalho da PF Alan Santos / PR
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