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'E daí?', como assim, Bolsonaro?

Especialistas na saúde criticam frase do presidente

Um dia após o presidente da República deixar subentendido que não sabe o que fazer para conter o avanço do coronavírus no país, médicos e políticos disseram o que Jair Bolsonaro poderia ter feito para salvar a vida de muitos brasileiros. Daniel Soranz, ex-secretário de Saúde do Rio e médico sanitarista da Fiocruz, é um deles.

"Se tratando do Rio de Janeiro, ele deveria contratar profissionais de saúde, reativar os 900 leitos que estão fechados nas unidades federais e contratar pessoal administrativo. Poderia ter feito um polo de saúde voltado para coronavírus nas favelas e ter centralizado a compra de testes junto ao Ministério da Saúde", diz o especialista.

Na terça-feira, questionado sobre o alto número de mortes causadas pela doença no país, Bolsonaro foi taxativo. "E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagres", disse. Pouco depois, perguntou se alguém transmitia ao vivo e minimizou. "Nos solidarizamos com as famílias, que grande parte eram idosas, mas é a vida. Amanhã vou eu", disse o presidente.

A frase repercutiu mal. Presidente do Sindicato dos Médicos do Rio (Sinmed-RJ), Alexandre Telles a considera um desrespeito à população. "Bolsonaro incentiva que desrespeitem o isolamento social avalia Alexandre.