A saga do serralheiro Edson Soares, de 36 anos, e de Cléber Leite, de 50, que está desempregado, para receber os R$ 600 do auxílio emergencial prometido pelo governo federal, parece não ter fim.
Enquanto Cléber já dormiu em frente à agência de Rocha Miranda, na Zona Norte do Rio, Edson chegou às 3h da manhã de ontem para conseguir entrar no banco e receber informações de quando o dinheiro cairá na conta. Os dois fazem parte de um universo de trabalhadores que estão à espera do benefício.
Na semana que vem será liberada a segunda parcela do auxílio e uma parceria com os Correios deve ser anunciada. O calendário será divulgado hoje.
O Ministério Público Federal (MPF) ganhou liminar na Justiça que determina que a União esclareça e resolva as dificuldades enfrentadas para o recebimento da renda básica.
A União deve comprovar a existência de cronograma de pagamento, com a forma de efetivação, além de informar como se dará a implantação e execução do sistema simplificado para quem não dispõe de acesso a sistemas digitais e nem faz parte do CadÚnico.
Enquanto isso não ocorre, Edson aguarda. "Disse que não sei como mexer na ferramenta, por isso procurei agência para ajuda e saber como faço para receber. Tenho me virado com serviço pequeno, pois preciso comprar comida".
'Catei umas latinhas'
No caso de Cléber, funcionários da Caixa disseram que ele deve esperar para receber até a próxima terça-feira. "Consta como aprovado, mas o dinheiro não cai. Catei umas latinhas para vender e trazer dinheiro para casa", revelou.
Procuradas para falar sobre a liminar da Justiça, Caixa Econômica e Advocacia-Geral da União (AGU) não haviam respondido até o fechamento desta edição.