Bloqueado, só que não

Um dia após o fechamento da principal rua comercial de Campo Grande, ontem foi a vez do Calçadão de Bangu, também na Zona Oeste do Rio, ser bloqueado pela Guarda Municipal. Só foi permitida a entrada de pessoas que precisavam ir a farmácias, mercados e bancos. Mesmo assim, grandes filas se formaram nas portas de agências bancárias, causando grande aglomeração. O fluxo de pessoas só não foi maior porque os ambulantes foram impedidos de atuar.

Assim como Campo Grande, que tem o terceiro maior número de infectados por coronavírus na cidade, Bangu também vem registrando uma escalada de contaminados. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o bairro tem 177 casos de Covid-19 e o terceiro maior número de vítimas fatais: 41, atrás apenas de Campo Grande (56) e Copacabana (66).

Apesar dos indicadores mostrarem o aumento de casos, quem passava pelo local não concordou com o fechamento do calçadão. A aposentada, Maria Nilda, de 69 anos, que saiu para comprar remédio, disse que, mesmo com o bloqueio, parecia um dia normal, exceto pela ausência dos camelôs. "Não mudou nada. As pessoas estão transitando do mesmo jeito. Não acho certo alguns ficarem presos em detrimento de outros".

Após circular por Bangu, a reportagem do MEIA HORA observou aglomerações em Realengo e Santa Cruz, onde parte do comércio não essencial ignorava o decreto que proíbe o funcionamento.

Na Zona Norte, a Rua Teixeira de Castro, em Bonsucesso, apresentou muita movimentação também nos entornos das agências bancárias, principalmente na Caixa, onde a maioria aguardava o recebimento do auxílio emergencial.

E no Calçadão da Penha a cena se repetia. Lojas de roupas com portas abertas e mostruário exposto na calçada, e pessoas desrespeitando a distância mínima de 1,5 metro umas em relação às outras.