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MP mira Salgado Filho

Ação denuncia necrotério sem refrigeração e refeitório perto de cadáveres

Movimentação, ontem, no Salgado Filho: relatório denuncia problemas nos atendimentos
Movimentação, ontem, no Salgado Filho: relatório denuncia problemas nos atendimentos -

O Ministério Público do Trabalho do Rio (MPT-RJ) pediu que o município adote medidas para melhorar as condições de trabalho dos profissionais de saúde no Hospital Salgado Filho, no Méier. Entre os problemas encontrados está o necrotério, que armazena corpos sem refrigeração. Segundo a denúncia, o refeitório dos maqueiros e do setor administrativo fica perto do local onde os cadáveres são alocados. A ação foi movida a partir de relatório do Conselho Regional de Medicina (Cremerj).

Uma enfermeira contou ao Cremerj que perto do necrotério, que está sem refrigeração "o maqueiro e os profissionais do setor administrativo fazem as suas refeições". "Há pacientes internados sentados na cadeira, mas a maioria em maca e agrupados", diz.

Outra profissional denuncia a falta de organização entre as salas de internação. "O setor da UTI virou setor de isolamento da Covid-19; a sala vermelha que é a porta de entrada do hospital também; a sala amarela, que era uma sala de repouso e internação, também virou Covid-19 para pacientes menos graves; a UTI tem 13 leitos sendo que eles vivem colocando extras; não tem médicos em número suficiente".

Alberto Nogueira esteve ontem no Salgado Filho para levar a tia, Kivia Chagas, de 82 anos. Ele disse que o atendimento foi satisfatório, mas que a idosa não resistiu. O óbito foi registrado como causa indeterminada. "Não vi nada anormal. O atendimento dos maqueiros e de quem trabalha no necrotério foi atencioso".

Movimentação, ontem, no Salgado Filho: relatório denuncia problemas nos atendimentos Estefan Radovicz
Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier Cléber Mendes / Agência O DIA