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Ih, o Queiroz apareceu!

Delegado teria avisado sobre operação da PF e adiado início da ação para não atrapalhar a eleição

Drones com câmera são controlados a distância para filmagens
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Fabrício Queiroz, aquele assessor do então deputado e agora senador Flávio Bolsonaro que anda meio sumido, voltou a assombrar a família do presidente da República. Ao jornal Folha de São Paulo, o empresário Paulo Marinho, suplente do senador, disse que Flávio foi avisado com antecedência por um delegado da Polícia Federal sobre o início da Operação Furna da Onça.

O delegado teria avisado sobre a operação porque a investigação atingiria assessores de Flávio e afirmado ao parlamentar que iria "segurar" a operação para não prejudicar a campanha de Bolsonaro à presidência — ele venceu a eleição no dia 28 de outubro e a Operação Furna da Onça foi deflagrada no dia 8 de novembro.

Ainda de acordo com as informações de Marinho, o coronel Miguel Braga, chefe de gabinete do parlamentar, acompanhado do advogado Victor Alves e de Val Meliga, ex-presidente do PSL no Rio e irmã de dois milicianos, encontraram o delegado na porta da Superintendência da PF do Rio de Janeiro, na Praça Mauá.

Segundo Marinho, o delegado saiu da superintendência, encontrou os três e afirmou: "Vai ser deflagrada a Operação Furna da Onça, que atingirá em cheio a Assembleia Legislativa do Rio. A operação vai alcançar pessoas do gabinete do Flávio. Uma é o Queiroz e a outra é a filha dele (Nathalia), que trabalha no gabinete do Jair Bolsonaro (então deputado federal) em Brasília". "Vamos segurar essa operação para não detoná-la agora, no segundo turno, porque pode atrapalhar o resultado da eleição", teria dito o delegado.

O empresário afirma que o delegado, identificando-se como adepto da campanha presidencial, recomendou providências, e elas vieram na forma das demissões de Queiroz e sua filha, exonerados no dia 15 de outubro de 2018. Segundo Marinho, as revelações foram feitas a ele pelo próprio Flávio, em 13 de dezembro de 2018. Jair Bolsonaro teria sido avisado da situação por Gustavo Bebbiano.