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Mortes e isolamento

Estado tem recorde de óbitos em 24h e município estende restrições por mais sete dias

O prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Progressistas), decidiu estender as medidas restritivas adotadas no município contra o novo coronavírus por mais sete dias. Ontem, o estado do Rio confirmou 27.805 casos diagnosticados e 3.079 óbitos. Somente nas últimas 24 horas foram informadas as mortes de 227 pessoas, um número recorde. Na capital fluminense, o número de mortes chegou a 2.135 — 175 óbitos informados em 24 horas.

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) reforça, apenas, que esses são os números informados e não o total de mortes em um dia. O aumento se deve, ainda segundo a SES, ao fato de os laboratórios terem duplicado sua capacidade de testagem.

"Ontem (segunda-feira), em reunião com a comunidade científica, foi determinado que as medidas de contenção permanecem. Mas estamos animados, porque a nossa curva de velocidade de contágio caiu para 0.039, estava 0.06 antes", disse Crivella.

Pico da pandemia

O esperado pico da pandemia de Covid-19, em todo o país, deve ocorrer ainda nesta semana, de acordo com um modelo matemático elaborado por pesquisadores da Coppe/UFRJ, Marinha do Brasil e Universidade de Bordeaux, na França. Segundo o modelo, o número de registros deve começar a se estabilizar no fim do mês de julho, quando alcançar um patamar de 370 mil. Esse número pode chegar a 1 milhão, se forem levados em consideração os casos não reportados.

A projeção tem por base o quadro atual de isolamento social, medidas de higiene e capacidade de testagem. Ou seja, se tudo continuar como está, a fase de platô da pandemia será alcançada daqui a mais ou menos um mês. Entretanto, frisam os cientistas, o mais provável é que as medidas de distanciamento sejam relaxadas e o número de testes realizados aumente, o que deve empurrar um pouco para frente a estabilização da doença e ampliar ainda mais o número de casos da infecção.

O modelo não calcula o número de mortes, mas a mortalidade da atual pandemia no Brasil está em 6,7% — o que nos levaria a um total de pelo menos 25 mil mortes até o fim de julho.