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Não é pra se indignar?

Família espera mais de 27 horas por remoção de corpo de idoso, em Manguinhos

'Gente, depois de 27 horas do óbito do seu Adílson, enfim, o corpo está sendo removido. É um absurdo o que o estado faz com quem não tem condições sequer de sepultar uma pessoa". O desabafo é do ativista da ONG Rio de Paz, João Luis Silva, em suas redes sociais. Ele se refere ao descaso com o corpo e a saúde dos familiares do idoso de 71 anos, que morreu na sexta-feira, dentro de sua casa, em Manguinhos, na Zona Norte da cidade.

João distribuía alimentos na região quando foi avisado por moradores sobre o caso. Em vídeo, ele relatou: "há uma grande possibilidade que ele tenha falecido por Covid-19. Desde às 8h da manhã que a família está com o corpo em casa, sem condições de removê-lo."

Ainda de acordo com João, o sepultamento só foi possível porque uma funerária se prontificou a fazer a remoção. O corpo foi levado direto para o cemitério de Inhaúma, por volta de 11h de ontem. Em sua página, a ONG informou que familiares do idoso ouviram de um funcionário do cemitério que se a morte tivesse sido por Covid-19 o corpo seria "jogado em um conteiner."

Segundo o ativista, há um mês, Adilson foi internado em uma clínica particular para tratar uma pneumonia. Ele conta que o idoso foi submetido ao teste para Covid-19, que teria dado negativo. Após ter alta, ele piorou. A causa da morte, insuficiência respiratória, teria sido atestada por socorristas, chamados pela família.

Em nota, a Defesa Civil informou que a atuação do rabecão está diretamente ligada ao acionamento por parte da Polícia Civil, que por sua vez atua em ocorrências de crime.

Até o fechamento desta edição a Secretaria de Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (SMASDH) ainda não havia respondido aos questionamentos.