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Barraqueiro Speed Racer corre na direção do otimismo na pandemia

Longe das areias, Agnaldo Freitas se apoia no seu lema "Nada aborrece. Amanhã tem mais" para seguir firme

Agnaldo em seu prédio no Flamengo máscara de proteção e mais tempo para a leitura
Agnaldo em seu prédio no Flamengo máscara de proteção e mais tempo para a leitura -

Os tempos no atletismo não foram esquecidos, e ele garante que até hoje, se fizer uma corridinha nas areias, leva a melhor sobre a bicampeã olímpica de vôlei Fabi, aposentada das quadras e uma amiga que a praia lhe deu. Barraqueiro em Ipanema, o rondoniense Agnaldo dos Santos Freitas, também conhecido como Speed Racer, prefere ser campeão em otimismo e em alto astral. Tanto que faz questão de revelar seu lema de vida,prestes a completar 53 anos, no dia 1º.

“Tenho uma frase: ‘Nada aborrece.Amanhã tem mais’. Todos deveriam segui-la. É o certo, né? Sempre fui animado. São 24 horas, durante 365 dias no ano, sempre animado”, conta. Outro lema é a cautela no trabalho, que depende do alto verão. Longe das areias por conta da pandemia do novo coronavírus, ele conta como tem se mantido neste momento: “Nunca vivi de luxo e tenho um dinheirinho guardado”.

Natural de Guajará Mirim, em Rondônia, Agnaldo veio para o Rio aos 18 anos,morar com o irmão mais velho. Na cidade natal, já tinha se apaixonado pelo atletismo ao ver Joaquim Cruz ganhar o ouro nos 800m dos Jogos de Los Angeles, em 1984. Ele conta que no Rio treinou atletismo no Estádio Célio de Barros.Foi parar na praia na década de 90,através de Pelé, outro barraqueiro famoso em Ipanema. Passou a ter um ponto fixo em 99 e, hoje, com o sócio, Raimundo, tem seu próprio “escritório”.

O apelido de Speed Racer ele diz que ganhou num emprego bem antes da praia:“Quando era office boy, eu era rápido e não gostava de embromar no serviço”. Diz que também é conhecido por Churrasco:“Ninguém na empresa sabia fazer churrasco. Só eu”.Morador do Flamengo, ele conta ter visto o lateral Marcelo, agora no Real Madrid, ainda menino — o jogador passou boa parte da infância nas proximidades na casa do avô, já falecido.

Agnaldo tem passado os dias em seu apartamento, longe do sol escaldante e das corridinhas de que tanto gosta. No rosto, os óculos de sol deram lugar à máscara de proteção. É tempo também de leitura e a da vez para Agnaldo é o livro‘Quero Mudar — Construa sua felicidade com as ferramentas que existem dentro de você’, de Bernardo Stamateas.

Ponto de alto astral e referência para a turma do vôlei

Na praia, Agnaldo conquistou amigos,entre eles a bicampeã olímpica de vôlei Fabi. A ex-jogadora é só elogios ao barraqueiro, pelo seu alto astral e atendimento aos clientes. “Ele sempre teve uma relação com o esporte, fez atletismo muito tempo, um cara que sempre se manteve ativo. Ao longo dos anos, ali acabou sendo um ponto de encontro mesmo. Se quisesse encontrar o pessoal do vôlei, ali era a referência”, conta Fabi.
Ela tem em Agnaldo um grande amigo: “Passamos alguns Réveillons juntos. É um cara divertido, alto astral”. O contato com Agnaldo veio através de sua paixão pela praia, que Fabi espera passar para Maria Luiza, sua filha com Julia Silva: “Espero muito que a Maria frequente aquele ponto da GarciaD’Ávila. Ali tem boas histórias e é uma barraca sempre com alto astral.
Agnaldo em seu prédio no Flamengo máscara de proteção e mais tempo para a leitura Cléber Mendes
Agnaldo conquistou clientes fiéis como barraqueiro em Ipanema Arquivo Pessoal
Agnaldo em seu prédio no Flamengo máscara de proteção e mais tempo para a leitura Cléber Mendes