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Ameaça de caos

Jair Bolsonaro diz que 'acabou', filho cita ruptura e Mourão descarta golpe

Para sua claque na entrada do Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar a operação da Polícia Federal contra as fake news, que atingiu seus aliados. Disparou: "Acabou, porra! Me desculpem o desabafo. Acabou! Não dá para admitir mais atitudes de certas pessoas individuais, tomando de forma quase que pessoal certas ações".

Ele se referia ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que autorizou a operação. Em live, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) disse que haverá ruptura. A questão não é "se", mas "quando" vai ocorrer. Já para o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, uma ruptura democrática está fora de cogitação.

"Não existe espaço no mundo para ações dessa natureza. Quem é que vai dar golpe? As Forças Armadas? Que que é isso, estamos no século 19? A turma não entendeu. O que existe hoje é um estresse permanente entre os poderes. Eu não falo pelas Forças Armadas, mas sou general da reserva, conheço as Forças Armadas: não vejo motivo algum para golpe".

As afirmações do presidente e seu filho provocaram reações. "A frase é muito ruim, muito grave. Nós vamos continuar trabalhando para que as instituições continuem trabalhando de forma independente e tentando ao máximo o diálogo e a harmonia", disse o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

"Agora, se algum partido entender que há algum crime na frase dele, pode representar no Conselho Ética", afirmou, lembrando que o colegiado só retoma os trabalhos após a flexibilização das medidas de isolamento por conta da pandemia de Covid-19.