<pstyle:MATERIA:ct\_TEXTO>"Eles me enfocaram a ponto de eu desmaiar, me chutaram, deram vários tapas na minha cara, pisotearam minhas duas mãos e quebraram meu joelho", contou a médica. Segundo Ticyana, ao ir à festa reclamar do barulho, ela foi ignorada pelos frequentadores e virou motivo de chacota. Em um gesto intempestivo, ela quebrou o retrovisor e riscou o para-brisa de carro que estava estacionado na calçada.
<pstyle:MATERIA:ct\_TEXTO>"Saí correndo, mas eles vieram atrás e me agarraram em frente aoHospital Italiano.Fui arrastadapara o portão da festa, com eles me agredindo. Teveum momento em que um deles disse 'pega o carro, que vamos dar sumiço no corpo dela'", revelou a médica.
<pstyle:MATERIA:ct\_TEXTO>A anestesista afirmou ainda que várias ligações para a polícia e reclamações de vizinhos sobre a aglomeração no local não surtiram efeito. "A festa já acontecia antes da epidemia, mas só à noite. Agora é durante o dia. Eles param os carros na calçada, de forma irregular, fazem xixi no meio da rua, deixam garrafa de cerveja espalhada", reclamou.
Vítima diz que foi chantageada por 'policial'
A médica anestesista Ticyana Azambuja contou que as agressões que ela sofreu só pararam quando uma frequentadora da festa e dois vizinhos resolveram intervir. "O dono do carro que quebrei o retrovisor disse ser policial. Pegou a carteira de identificação e esfregou no meu rosto", disse. "Ele ainda me chantageou, pedindo R$ 6 mil, para não me denunciar", acrescentou.
Ticyana revelou que se negou a pagar qualquer valor ao dono do veículo. Segundo ela, os policiais militares do 6º BPM (Tijuca), que foram acionados para a ocorrência, se limitaram a sugerir levá-la para uma unidade de saúde próxima. Ticyana foi encaminhada para o Hospital Rios D'Or, na Freguesia.
Polícia faz diligências
Ticyana depôs ontem na 20ª DP (Vila Isabel) e fez um exame de corpo de delito no IML. A Polícia Civil já tem as imagens do caso. Já a Polícia Militar afirmou que atendeu duas chamadasem relação à festa, e, sobre o suposto envolvimento de um PM nas agressões, encaminhou a denúncia à Corregedoria. O Corpo de Bombeiros abriu procedimento para apurar a atuação do batalhão do Grajaú, que fica ao lado da residência onde acontecia a festa, já que moradores afirmaram ter acionado a corporação durante a confusão.
Apoio nas redes sociais
A médica expôs o caso nas redes sociais, causando grande comoção. "Pisotearam minha garganta, mas não calaram minha voz", disse. Ontem, ela relatou que o apoio recebido a fez se sentir amparada. "Eu estava péssima, tinha perdido a fé na humanidade. Fiquei me questionando se valia a pena fazer o bem. Mas botei para fora o que estava sentindo e me senti amparada, com essa ajuda tão bonita, me sinto mais forte. A minha segurança está na minha exposição", ressaltou.