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Secretário de Saúde fala em novas 'ondas' de contaminação de coronavírus com reabertura da economia

Fernando Ferry disse que caso fosse secretário no início da pandemia, não teria optado pelos hospitais de campanha

O secretário estadual de Saúde Fernando Ferry
O secretário estadual de Saúde Fernando Ferry -
O secretário estadual de Saúde, Fernando Ferry, cogitou, na manhã desta quinta-feira, a possibilidade de o Rio ter novas "ondas" de contaminação pelo novo coronavírus (covid-19) a partir da reabertura da economia. Ontem, o governador Wilson Witzel (PSC) disse que a flexibilização do comércio no estado vai começar já a partir da semana que vem. Na capital, o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) iniciou o afrouxamento das medidas restritivas na terça.
"A gente não tem noção do que vai acontecer, com a onda (de contaminação)... uma segunda onda, uma terceira onda, quando liberar a economia... ninguém tem essa previsão", afirmou Ferry, durante visita ao hospital de campanha de São Gonçalo.
O secretário afirmou que está trabalhando para que as unidades de saúde do estado estejam preparadas para receber os novos pacientes da doença.
'NÃO ABRIRIA HOSPITAL DE CAMPANHA'
Ferry foi anunciado para a Secretaria estadual de Saúde no último dia 17, após demissão de Edmar Santos, em meio à denúncias de desvios envolvendo a construção dos hospitais de campanha do governo do estado. O médico afirmou que caso fosse secretário no início da pandemia, não teria optado pelas unidades provisórias.
"Eu investiria nos hospitais regulares. Não abriria de campanha. Talvez um", cogitou.
Após projetar a abertura do hospital de São Gonçalo para o próximo dia 12, Ferry não deu uma previsão para o funcionamento das demais cinco unidades que faltam ser abertas (Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Nova Friburgo, Campos dos Goytacazes e Casimiro de Abreu).
O hospital do Maracanã foi o único inaugurado, no dia 9 de maio, e até hoje e ainda funciona sem sua capacidade máxima.
"Nós temos que dar foco, não adianta eu querer fazer todos os hospitais de uma vez só.
Agora eu vou dar foco aqui (São Gonçalo). Primeiro a gente tem que botar para funcionar aqui. Depois que tiver funcionando aqui, eu vou para Nova Iguaçu, que parece que é o outro que já está adiantado. Depois, eu vou vendo os outros hospitais. O que eu não posso fazer é desperdiçar o dinheiro que já foi investido pelo serviço público", avaliou.
BLOQUEIO DE R$ 200 MILHÕES
O secretário informou que o governo do estado já conseguiu o bloqueio de R$ 208 milhões dos R$ 836 milhões que seriam pagos à organização social Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas). Ontem, o estado retirou a OS da gestão dos hospitais de campanha.
Dos R$ 208 milhões, R$ 90 milhões seriam repassados ao Iabas para as unidades provisórias de Nova Iguaçu e São Gonçalo, R$ 45 para cada. Os outros R$ 128 milhões foram retidos pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) por suspeitas de irregularidades na gestão dos contratos.
"Esse dinheiro vai ficar nas prefeituras. Eu fiz um acordo com os prefeitos. Vou pegar esse dinheiro e vamos investir nas unidades próprias da prefeitura (...) vamos dar um banho de loja nesses hospitais. O prefeito vai assumir essa missão e a gente vai ajudar, fiscalizar e ficar junto para poder arrumar esses hospitais", garantiu.
Sobre os profissionais e as empresas contratadas pelo Iabas para trabalhar nas unidades, Ferry espera que eles continuem atuando com a Fundação Estadual de Saúde, que passou a gerir as unidades.
"O dinheiro não vai faltar. A gente só vai ter o cuidado de fazer a contratação dessa empresas. Para isso, também vou ter uma reunião hoje com o procurador do estado para que a gente faça isso da melhor maneira jurídica possível", defendeu.