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Pesquisa indica impacto da pandemia no orçamento familiar

Segundo o estudo, a redução de renda profissional (61,8%) e o cancelamento de eventos (41,5%) foram as principais causas do prejuízo financeiro

Caxias
Caxias -

Levantamento da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) constatou que mais de 86% das pessoas entrevistadas, no estado do Rio, tiveram algum tipo de perda financeira devido à pandemia do novo coronavírus. Entre os dias 14 e 15 de maio, participaram da pesquisa 108 consumidores de todas as classes sociais, mas com a maior concentração da classe média (76%). Os indivíduos das classes baixa e alta representaram 13% e 11% desta análise, respectivamente. 

Segundo o levantamento, 31% dos entrevistados tiveram alguma perda salarial e 16,2% foram demitidos por conta da pandemia. Mas essa questão foi direcionada para os 92 entrevistados que estavam inseridos no mercado de trabalho antes da crise da covid-19. De acordo com a especialista em Relações Institucionais da Proteste, Juliana Moya, esse prejuízo gira em torno de R$ 3500 por pessoa.

Conforme o estudo, a redução de renda profissional (61,8%) e o cancelamento de eventos (41,5%) foram as principais causas da perda financeira em decorrência da crise provocada pela pandemia. A redução de renda profissional lidera a lista de prejuízos e impactou em média R$ 1.389 dos ganhos da renda dos que responderam ao questionário.

As pessoas também foram impactadas pela perda em investimentos (24,3%), com o valor médio do dano em R$ 1042. A perda com aluguel de imóveis também afetou 25,3% dos entrevistados, o que provocou a redução de R$ 789, em média, no orçamento. 

Dificuldade para pagar as despesas

A pesquisa revela que a pandemia de covid-19 também pode contribuir para a inadimplência. Das alternativas oferecidas no levantamento, cartão de crédito (40%), assistência médica (30,9%) e atividades educativas (28,3%) estão entre as despesas que os consumidores estão com mais dificuldade ou totalmente impossibilitados de pagar. Contas como as de gás, luz e água também ficaram em destaque, com 26,7% dos votos. O pagamento do aluguel também tem sido um problema durante esse cenário crítico. Cerca de 22,3% relevaram o aperto para quitar este gasto.

Com a redução no orçamento e desemprego, as pessoas precisaram mexer em suas economias. Cerca de 59,8% dos 108 entrevistados já tiveram que recorrer ao dinheiro guardado para saldar as faturas. Outros 17,7% disseram que não usaram a reserva econômica, mas ainda vão precisar utilizar. Enquanto 11,5% das pessoas informaram que não utilizaram a poupança e nem pretendem. Apenas 11% afirmaram que não possuem economias.