Dirigentes atuais e ex-integrantes do Banco Mundial se dizem perplexos com a nomeação do ex-ministro da Educação Abraham Weintraub para ocupar cargo de diretor-executivo na instituição, que tem sede em Washington, nos Estados Unidos. Segundo o jornal O Estado de São Paulo, a ida de Weintraub pode fazer com que o Brasil vire "piada internacional".
De acordo com o jornal, um ex-membro do Banco Mundial destacou que Weintraub vai precisar aprender a respeitar o código de ética da instituição. Este não permite declarações sobre política dos países integrantes. Durante sua gestão no MEC, o ex-ministro fez declarações preconceituosas contra a China e atualmente responde a inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por crime de racismo.
Ontem, o senador Fabiano Contarato (Rede-ES) encaminhou ofício ao STF pedindo a apreensão do passaporte do ministro demissionário da Educação. O objetivo é evitar que ele saia do Brasil enquanto durar o inquérito das fake news. O senador solicita que uma medida cautelar proibindo Weintraub de fazer viagens ao exterior seja lançada no sistema e que seu passaporte seja recolhido. O pedido veio após o ex-ministro anunciar, nas redes, que está de saída do Brasil.
Amigo dos filhos do presidente, Weintraub vinha resistindo no cargo nos últimos meses por manter o apoio de parte do governo. Bolsonaro relutava em demiti-lo para não desagradar a parte mais fervorosa dos seus apoiadores, mas a pressão tornou inevitável.