Pais de João Pedro vão à 'ONG Nóiz' conferir homenagem ao filho

Os pais de João Pedro, Rafaela Coutinho Matos e Neilton Matos, e a mãe de Kauê Ribeiro, Mônica Ribeiro, e a tia dele, Márcia, foram conferir de pertinho na manhã de ontem a homenagem que a Organização não Governamental 'Nóiz', localizada na Cidade de Deus, fez às crianças mortas em comunidades do Rio de Janeiro durante operações policiais. O nome de João Pedro, de 14 anos, morto durante uma operação policial no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, no dia 18 de maio, e de Kauê Ribeiro dos Santos, morto com um tiro de fuzil na cabeça, no Complexo do Chapadão, em setembro de 2019, está estampado na parede, junto a uma foto lúdica de uma criança feliz.

"A gente recebeu os pais do João Pedro e a mãe e a tia o Kauê aqui na nossa biblioteca. Oferecemos um café da manhã para eles. O objetivo era mostrar o desenho: uma criança feliz, dentro de um contexto da educação, que eles nem tiveram direito. Eles assinaram o desenho. Eu senti uma emoção muito grande nos olhos da Rafaela, porque estávamos de máscara, então, é mais difícil ver a reação. Mas todos ficaram muito felizes com a homenagem", garante André Melo, presidente da ONG.

Segundo André, o desenho criado pelo artista plástico Jorge Gomes vai simbolizar todas as vítimas jovens da violência urbana. "É, sim uma crítica social, mas de forma leve. As vidas perdidas não tiveram nem acesso a educação. Então, a gente acaba trazendo essa referência para as crianças da comunidade, da educação, do estudo, da importância da leitura, do conhecimento. O João era muito estudioso, queria ser advogado. O Kauê também era muito estudioso", comenta ele.