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Motoboys de app ameaçam greve

Manifestação nacional será amanhã, às 9h. No Rio, a concentração será na Praça da Candelária, no Centro

Motoboys de Niterói em ação por melhores condições de trabalho
Motoboys de Niterói em ação por melhores condições de trabalho -

Ganha força a onda de solidariedade aos entregadores de aplicativo, que programam uma paralisação para amanhã, às 9h. No Rio, a concentração será na Praça da Candelária, no Centro. Nas redes sociais, populares têm combinado de, no dia da manifestação, não fazer pedidos de entrega. "Vamos apoiar. Neste dia não use apps de entrega e divulgue as tags #ApoioBrequeDosApps e #1DiaSemApp", incentiva o ilustrador Cristiano Siqueira, criador de uma arte do evento.

Segundo o grupo Entregadores Antifacistas, organizador da paralisação, a categoria cobra o aumento dos valores de corridas e pacotes, aumento do valor mínimo por entrega, seguro de roubo, acidente e vida, fim dos bloqueios e desligamentos indevidos, fim do sistema de pontuação e auxílio pandemia, entre outros benefícios. Em abaixo-assinado, alguns motociclistas ressaltaram que ganham R$ 1 real por quilômetro rodado.

Para Marcelo Matos, diretor executivo do Sindicato dos Empregados Motociclistas do Estado do Rio de Janeiro (Sindmoto/RJ), que representa cerca de 30 mil profissionais de carteira assinada, a chegada das empresas de aplicativo de entregas criou expectativa em muitos colegas, mas virou problema. Só no Estado são cerca de 10 mil profissionais que trabalham para aplicativos.

Matos ressalta outras ações dos apps, como o bloqueio de entregador. "Se o cara deixou de pegar a encomenda, o aplicativo bloqueia. Qual segurança ele vai ter?".

Empresas se posicionam sobre reivindicações

Procurados, tanto a Rappi quanto o iFood reconhecem o direito à livre manifestação pacífica em todas as suas formas e explicam que oferecem seguro para acidente pessoal. Ambas as empresas também dizem possuir protocolos de segurança contra a Covid-19, bem como auxílio financeiro para entregadores que apresentarem sintomas da doença.

"O frete varia de acordo com o clima, dia da semana, horário, zona da entrega, distância percorrida e complexidade do pedido. Dados da empresa mostram que cerca de 75% deles ganha mais de R$ 18 por hora, quando ativos em entregas, e quase a metade dos entregadores parceiros passa menos de uma hora por dia conectados no app", afirma a Rappi, por meio de nota de sua assessoria de imprensa.

Até o fechamento desta edição, o Uber Eats não havia se posicionado sobre o assunto e as reivindicações dos entregadores.