Alto índice de óbitos por coronavírus em favelas

As favelas do Rio, em conjunto com a organização Comunidades Catalisadoras (ComCat) lançaram, ontem, o 'Painel Unificador Covid-19 nas Favelas', elaborado com dados de 25 regiões. O levantamento aponta que os números oficiais da Prefeitura do Rio são inferiores ao verificado pelo grupo. Eles mostram que, atualmente, há 4.057 casos confirmados de coronavírus nas comunidades, com 639 óbitos.

Um exemplo é o Complexo do Alemão, que de acordo com a prefeitura possui 12 casos e cinco óbitos, enquanto o painel registra 108 casos e 37 vítimas fatais. Já na Maré, oficialmente, há 382 diagnósticos confirmados e 83 óbitos, bem menor que os 1.088 casos e 110 mortes informadas pelo painel.

A diretora da ComCat, Theresa Williamson, disse que o projeto vem sendo feito há mais de dois meses com ajuda de parcerias internacionais. "Há a necessidade de informar sobre o que o poder público não disponibiliza", disse, lembrando que as comunidades são as áreas mais vulneráveis para o vírus. Segundo ela, um dos objetivos do painel é apoiar os esforços de prevenção realizados por movimentos comunitários.

"Vale ressaltar que o painel possui desde favelas com 30 habitantes até favelas com mais de 100 mil moradores", afirmou a diretora.

Além disso, no site do projeto, os moradores também podem preencher o formulário e relatar os sintomas que apresentam, e o algoritmo mostra se representa baixo, médio ou alto risco da covid-19. Os casos de baixo risco não são contabilizados pelo sistema, já os casos de médio e alto risco entram na conta.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que está atuante na investigação de casos em comunidades: "Em parceria com o Ibope, a SMS está realizando o primeiro estudo sobre a Covid-19 em comunidades do Rio, que está na segunda fase".