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Moradores de condomínio da Pavuna sofrem com ação de traficantes

Segundo os moradores, criminosos do Complexo do Chapadão invadiram o conjunto de prédios e expandiram seu domínio territorial

Moradores falam que local ganhou bocas de fumo e trailers, um deles de exploração sexual
Moradores falam que local ganhou bocas de fumo e trailers, um deles de exploração sexual -

Moradores do condomínio Village Pavuna, na Pavuna, Zona Norte do Rio, estão sofrendo com a insegurança e o medo. Eles denunciam que traficantes do Complexo do Chapadão, invadiram o conjunto habitacional para expandir seu domínio territorial e seus negócios ilegais.

Há cerca de um mês, no local onde antes os moradores viviam em paz e segurança, agora estão sendo obrigados a conviver com pontos de venda de drogas, criminosos armados, bailes funk e até mesmo prostituição, segundo eles.

"O nosso condomínio é grande, tem uma praça no meio, quadras. Era um local tranquilo e tinha uns trailers sim de lanches. Até que numa sexta-feira, por volta das 16h, chegaram vários carros, com homens armados, um caminhão lotado de gente também, e delimitaram o local que seria deles. Fizeram boca de fumo, instalaram diversos trailers, um deles, inclusive, de prostituição, para exploração sexual durante os bailes", contou um morador, que preferiu não se identificar.

E essa invasão tem, literalmente, tirado o sono dos moradores do Village Pavuna. Eles contam que os bailes funk tem sido frequentes durante o final de semana, e que o som alto, incomoda durante toda madrugada. "Trabalho a semana inteira, esperando que na sexta a noite eu consiga conseguir dormir, e não consigo. O som é tão alto, que eu estou colocando proteção acústica para poder ter sossego. Fora as cenas obscenas no meio da rua, drogas de todos os lados. Você quer construir uma família, mas não se sente seguro em criar uma criança num ambiente desses, onde as pessoas estão fazendo sexo ao ar livre na esquina, na outra esquina tem gente armada", desabafou o morador.

Outra moradora também reclama dos paredões de caixas de som. "São caixas imensas, mais altas que eu. E isso acontece toda sexta, sábado e domingo, as vezes até na segunda-feira. É um barulho muito alto, porque a praça fica no meio e faz um eco enorme. Aqui tem muitos idosos, e alguns saem daqui nos finais de semana, pra casa de parentes, porque não conseguem dormir, passam mal", falou uma mulher de 35 anos.

Violência faz moradores quererem se mudar

A invasão de traficantes ao condomínio, está fazendo com que moradores do Village Pavuna, estejam querendo se mudar do local onde escolheram para viver. Há oito anos, uma assistente financeira, decidiu junto com seu noivo, na época, financiar o apartamento onde eles morariam após oficializarem o casamento. O que começou com o sonho da construção de uma família, agora tem sido pesadelo.

"Botei meu apartamento para vender e estou quase dando ele, só para poder sair daqui. Financiei ele e ainda estou pagando. Mas mesmo que me ofereçam menos do que eu paguei, eu aceito. Quero poder viver em paz e em segurança. Não saio e deixo vazio até vender também, porque além do dinheiro, tenho medo dos bandidos invadiram e tomarem posse", desabafou.

Segundo os moradores, a insegurança começa ainda na chegada do condomínio, com barricadas instaladas na Rua Coronel Moreira Cesar, que fica em frente ao conjunto de prédios e dá acesso ao Morro do Chapadão, e as abordagens feitas por traficantes armados, numa espécie de blitz.

"A gente como morador fica muito triste, porque vê o nosso patrimônio se desvalorizando, a segurança que antes era boa, e agora não é mais. Eu chegava antes a hora que queria em casa, hoje há insegurança. Para eu passar pela principal, tenho que deixar bandido botar a cabeça dentro do meu carro para ver o que tem", contou o radialista. 

Moradores querem segurança

Os moradores contaram que já chegaram a denunciar para a polícia as ações dos criminosos, mas que nada foi feito. "A gente tem medo de reclamar diretamente para eles, porque não sabemos com quem estamos lidando. Tememos represálias e nos vemos obrigados a acatar essa situação. Mas quando ligamos para polícia não adianta nada", disse a moradora.

"O que a gente espera, é que as autoridades façam valer o papel delas. A própria polícia carrega como lema "servir e proteger". Dou um grito de socorro, pedindo ajuda. Outros lugares contam com o programa da segurança presente, aqui, a única coisa que vemos presente é a força do poder paralelo", reforçou outro morador.

Através da assessoria de imprensa, a Polícia Militar informou que agentes do 41° BPM (Irajá), realizam policiamento ostensivo na região e que as equipes são distribuídas de maneira estratégica de acordo com a análise da mancha criminal local.

"Ações para retirada de barricadas são realizadas com frequência e de maneira planejada pela corporação, levando em consideração aspectos logísticos e visando preservar a integridade da população que circula pela região", dizia a nota. A corporação ainda pediu apoio da população. "Ressaltamos como de suma importância que as referidas denúncias sejam formalizadas em delegacias, através do Disque Denúncia - (21) 2253-1177 - e de nossa Central 190. O anonimato é garantido". Procurada, a Polícia Civil não respondeu.

 

Moradores falam que local ganhou bocas de fumo e trailers, um deles de exploração sexual Divulgação
Moradores de condomínio da Pavuna sofrem com ação de traficantes Divulgação
Moradores de condomínio da Pavuna sofrem com ação de traficantes Divulgação
Moradores de condomínio da Pavuna sofrem com ação de traficantes Divulgação