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'Pomilicianos' na mira

Cinco PMs rodam por esquema que incluía propinas a agentes do 18º e do 31º BPM

Rio,30/07/2020 -COVID-19 -CORONAVIRUS, SAO GONCALO,operacao do Ministerio Publico contra milicia na Zona oeste . Na foto, agentes do Ministerio Publico  na Corregedoria da Policia Militar em Sao Goncalo.Foto: Cleber Mendes/Agência O Dia
Rio,30/07/2020 -COVID-19 -CORONAVIRUS, SAO GONCALO,operacao do Ministerio Publico contra milicia na Zona oeste . Na foto, agentes do Ministerio Publico na Corregedoria da Policia Militar em Sao Goncalo.Foto: Cleber Mendes/Agência O Dia -

Seis PMs são apontados como integrantes de uma milícia que atua na comunidade da Asa Branca, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. Eles foram alvos da operação Gogue Magogue, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, deflagrada ontem.

Até o fechamento desta edição, cinco PMs já haviam sido presos por organização criminosa, corrupção ativa e passiva, e concussão. O grupo, segundo o MP, explorava a venda ilícita de pontos de TV a cabo, de cigarros contrabandeados e pontos de mototáxi.

O Gaeco ainda descobriu um esquema de propina a PMs para que dessem informações sobre operações policiais na região, além de fazerem vista grossa para as irregularidades de trânsito praticadas pelos mototaxistas, na área do 18º BPM (Jacarepaguá) e do 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes).

"Quando abordados pela polícia, os mototaxistas fazem contato com membros da milícia e são liberados. Não raro, os próprios policiais militares presentes na operação assumem a ligação para confirmarem diretamente com o comparsa se o mototaxista detido é, de fato, parceiro do grupo criminoso", diz o MP.

As investigações também apontaram que o grupo paramilitar ameaçava quem atrapalhava seus negócios. Nas interceptações telefônicas, o Gaeco descobriu que os mototaxistas que deixavam de pagar aos milicianos sofriam represálias, incluindo a expulsão da região.

O grupo também fazia grilagens de terras e cometia crime de exploração sexual de menores. Na ação, também foram cumpridos mandados de busca e apreensão contra oito civis. Eles seriam responsáveis por gerenciar os pontos de mototáxi, repassar o dinheiro da propina aos PMs do 18º e do 31º BPM, comunicar a presença de policiais na região, além de fazer a manutenção técnica e a cobrança pelos serviços clandestinos de TV a cabo, de internet e a comercialização de cigarros ilegais.

Bando liderado por sargentos

Apontado como o líder da milícia, o sargento Jorge Henrique da Silva, o Dô, lotado no 22º BPM (Maré), foi preso na unidade. Nas buscas em seu armário no batalhão, nada foi encontrado. Outro líder da quadrilha, o também sargento Adelmo da Silva Guerini Fernandes, do 21º BPM (São João de Meriti), foi encontrado em sua casa, num condomínio de casas na Taquara. O MP também cumpriu mandados de prisão contra os sargentos Nielsen da Silva Barbosa e Marcos Paulo Custódio Alves, e o cabo Leonardo de Oliveira Pelussi, do 18º BPM (Jacarepaguá). Um militar, do mesmo batalhão, o subtenente Francisco Santos de Melo, continuava foragido.

Conversas suspeitas, vista grossa e violência

Além dos seis PMs visados na operação de ontem, outros oito policiais também foram alvos de mandados de busca e apreensão. À época lotados no batalhão de Jacarepaguá, eles foram flagrados em conversas suspeitas com integrantes da organização criminosa. Segundo o MP, por diversas vezes, o grupo empregou armas de fogo em sua atuação e contou com a ação de funcionários públicos, mais especificamente PMs, que se aproveitavam de sua posição para viabilizar suas práticas criminosas.

Ainda na operação, uma mulher à qual os agentes chegaram mediante denúncia, foi também presa, além de mais dois homens, que não estavam entre os investigados, mas que foram flagrados com drogas e dinheiro.

Em nota, a Polícia Militar disse que não compactua com desvios de conduta por parte de seus integrantes, sendo tais situações devidamente responsabilizadas quando comprovadas, "em processo judicial, respeitado o direito constitucional à ampla defesa".

Rio,30/07/2020 -COVID-19 -CORONAVIRUS, SAO GONCALO,operacao do Ministerio Publico contra milicia na Zona oeste . Na foto, agentes do Ministerio Publico na Corregedoria da Policia Militar em Sao Goncalo.Foto: Cleber Mendes/Agência O Dia Cléber Mendes
Rio,30/07/2020 -COVID-19 -CORONAVIRUS, SAO GONCALO,operacao do Ministerio Publico contra milicia na Zona oeste . Na foto, Codominio onde mora o Sargento da PM, preso na operao.Foto: Cleber Mendes/Agência O Dia Cléber Mendes
Rio,30/07/2020 -COVID-19 -CORONAVIRUS, SAO GONCALO,operacao do Ministerio Publico contra milicia na Zona oeste . Na foto, Codominio onde mora o Sargento da PM, preso na operao.Foto: Cleber Mendes/Agência O Dia Cléber Mendes
Rio,30/07/2020 -COVID-19 -CORONAVIRUS, SAO GONCALO,operacao do Ministerio Publico contra milicia na Zona oeste . Na foto, Codominio onde mora o Sargento da PM, preso na operao.Foto: Cleber Mendes/Agência O Dia Cléber Mendes
Rio,30/07/2020 -COVID-19 -CORONAVIRUS, SAO GONCALO,operacao do Ministerio Publico contra milicia na Zona oeste . Na foto, agentes do Ministerio Publico na Corregedoria da Policia Militar em Sao Goncalo.Foto: Cleber Mendes/Agência O Dia Cléber Mendes
Rio,30/07/2020 -COVID-19 -CORONAVIRUS, SAO GONCALO,operacao do Ministerio Publico contra milicia na Zona oeste . Na foto, agentes do Ministerio Publico na Corregedoria da Policia Militar em Sao Goncalo.Foto: Cleber Mendes/Agência O Dia Cléber Mendes