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Impasse na volta às aulas

Professores de escolas particulares denunciam pressão para retorno presencial

O volta e não volta já virou rotina na vida dos cariocas. E, mais uma vez, o centro da discussão é o retorno às atividades presenciais nas escolas particulares que, pelo visto, ainda não acontecerá hoje. O impasse já começa pela disputa entre os representantes das escolas e dos professores, que têm objetivos diferentes.

Por um lado, o Sindicato das Escolas Particulares (Sinepe Rio) insiste para a volta, desde que respeitando as normas de segurança estabelecidas pelo governo do estado. "A rede privada de ensino está preparada para a volta às aulas de forma segura e gradual, na medida em que as autoridades assim o permitam. Cada instituição terá respeitada a sua autonomia e zelará para trazer segurança a seus alunos, professores e demais colaboradores, adequando-se às normas sanitárias", defende a entidade.

Do outro lado, representantes dos professores contestam a decisão. "A assembleia do último sábado definiu que estamos em greve e que o retorno às aulas presenciais não vai acontecer agora. A informação que nós temos é que poucas escolas vão abrir hoje. Mas os professores devem seguir dando toda a orientação e apoio aos alunos pelo trabalho remoto", explica Oswaldo Teles, presidente do Sindicato Sindicato dos Professores do Município do Rio (Sinpro Rio).

Desaceleração na retomada

Um dos motivos para que as escolas insistissem na volta, no entanto, era a vigência da lei que obrigava 30% de desconto nas mensalidades de escolas e universidades durante a pandemia. De acordo com o professor, a suspensão da lei na última quinta-feira, poderia trazer tranquilidade para os representantes patronais. “Essa lei estava trazendo uma preocupação para as escolas. Porque nem todas tinham condições de dar esse desconto, principalmente escolas menores, onde o desconto pode comprometer a renda das instituições”, defende o educador.

Mas, mesmo no novo cenário, sem necessidade do desconto, o Sinepe mantém sua posição e permanece defendendo a volta às aulas presenciais o quanto antes, mas de forma gradual e dentro da segurança do protocolo.

Protocolos de segurança

Por mais que a Prefeitura, em um primeiro momento, tenha comunicado o retorno facultativo das atividades a partir de hoje, cabe ao governo do estado a gerência dos ensinos fundamental e médio. Nesse sentido, a Secretaria de Educação listou na última sexta-feira, com publicação no Diário Oficial, uma série de recomendações para a volta. Dentre elas, estão:

- Utilizar obrigatoriamente máscara facial descartável ou de tecido reutilizável, com previsão de substituição do item a cada 3 (três) horas, de acordo com a orientação dos órgãos competentes da área de Saúde;

- Manter termômetro digital ou de infravermelho para aferição de temperatura quando necessário;

- Adquirir máscaras para fornecimento aos alunos que não tenham recursos, evitando a exclusão escolar;

- Evitar atividades na rotina da unidade escolar que possam gerar aglomerações;

- Evitar compartilhamento de quaisquer itens, como: garrafas e copos de água, materiais utilizados em atividades pedagógicas, armários, sendo que o uso de bebedouro comunitário será liberado, apenas, para abastecimento de garrafas e copos individuais.

- Realizar estudos, considerando o distanciamento mínimo de 1m a 1,5m entre as pessoas em todos os espaços escolares, como indicado pela OMS;

- Orientar pais e acompanhantes a evitarem aglomerações na entrada da unidade escolar;

- Orientar que todos os funcionários lavem as mãos frequentemente, especialmente nas seguintes situações: ao chegar à unidade escolar, após utilização dos sanitários, após espirrar, tossir ou assoar o nariz, após tocar no piso ou outra superfície não higienizada, antes e após o lanche, ao manusear dinheiro e antes e após colocar luvas descartáveis;

- Disponibilizar acesso fácil ao álcool gel 70% nos espaços físicos da unidade escolar;

- Guardar distanciamento mínimo de 1 m a 1,5 m entre alunos dentro das salas de aula;

- Manter, preferencialmente, janelas e portas abertas, facilitando a circulação de ar e só utilizar o ar condicionado quando for imprescindível e apenas quando a limpeza e desinfecção dos filtros dos aparelhos estiverem comprovadamente em dia;

- Utilizar, preferencialmente, lixeiras com pedal nas dependências da unidade;