Sucesso nos anos 90 com MC Gorila, MC Preto hoje vive de vender bala na rua

"Eu moro desde os 12 anos na Rocinha. Com 18, eu trabalhava como office boy e participei de um concurso de funk, aqui na Rocinha, e cheguei até as semifinais. A partir daí, eu vi que poderia ter um futuro e incentivei o Mc Gorila a cantar comigo. Nós fizemos uma participação no programa da Furacão 2000 e assinamos contrato com eles. Emplacando o primeiro sucesso, A Dança do Gorila", contou o MC.

Em 2014, ocorreu a separação da dupla e Mc Preto precisou buscar novas formas de ganhar dinheiro. Por algum tempo, ele pensou em desistir da vida no funk.

"Depois que a dupla acabou, eu fiquei muito mal, pensei em desistir, mas já tem uns cinco anos que tô tentando voltar pro cenário do funk e pra poder sustentar esse sonho, esse ano, por questões financeiras, eu comecei a vender bala no sinal, ali na saída do Túnel Zuzu Angel, na Rocinha, porque não estava dando pra viver só do auxílio-desemprego", disse MC Preto.

Para chamar a atenção e atrair a clientela, MC Preto escolheu um figurino para vender os doces. "Eu escolhi a fantasia do Capitão América, porque na época que eu fazia shows com o Gorila a gente sempre subia no palco fantasiado, e eu tive essa sacada pra vender bala, pra chamar mais atenção, mesmo. O mais engraçado dessa fantasia é que eu não tinha o escudo do Capitão América, então peguei uma antena parabólica e a galera se amarrou", contou.

Nos embalos do funk: 'Maravilhoso'

Nos anos 90, as duplas de funk dominavam as paradas de sucesso no Brasil e principalmente no Rio de Janeiro. Mc Preto contou como foi estar presente nesse movimento que teve seu ápice naquela época. "Pra mim foi maravilhoso participar do funk nos anos 90, você vendo milhares de pessoas curtindo o seu som é muito bom. Sem falar também nas pessoas que você conhece. Eu conheci Claudinho, Buchecha, Cidinho e Doca, e eles ainda me elogiaram. Fora as pessoas que trabalhavam comigo, desde os seguranças até os produtores. Isso é muito gratificante", contou ele.

Em busca de um recomeço na carreira musical

Afastado da cena do funk desde 2014, quando houve o rompimento da dupla com Gorila, Diógenes, agora com 45 anos, quer voltar ao cenário. “Eu tô investindo também em um grupo de funk, que se chama Mc Preto e Amigos, que está em processo de criação. Nós estamos querendo fazer funk para crianças, músicas da época de Gorila e Preto, brega funk, 150bpm e funk para adultos. As músicas serão todas autorais, com melodia própria, a não ser as músicas antigas. Eu tô colocando muita fé nesse projeto porque eu quero voltar pro funk”, disse.

MC Preto também contou que tem estudado bastante, por conta própria, para essa tentativa de retomada no funk. “Eu vou ser o cantor principal e tenho estudado bastante o mercado do funk, eu acredito que, podendo fazer música para diversos públicos, poderemos ter o retorno esperado”, contou, esperançoso.

*Estagiário sob a supervisão de Jorge Jreissati.