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Ônibus somem no Rio e passageiros sofrem

Secretaria de Tranportes recebeu reclamações contra 128 linhas

Rio de Janeiro - RJ  - 06/08/2020 - Geral - Linhas de onibus que sumiram - na foto, Sr. Francisco Freitas e Sra. Rosane Cortes de Freitas, reclamam do desaparecimento da linha 928, que fazia ponto final na Avenida Teixeira de Castro, em Ramos, zona norte da cidade -  Foto Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Rio de Janeiro - RJ - 06/08/2020 - Geral - Linhas de onibus que sumiram - na foto, Sr. Francisco Freitas e Sra. Rosane Cortes de Freitas, reclamam do desaparecimento da linha 928, que fazia ponto final na Avenida Teixeira de Castro, em Ramos, zona norte da cidade - Foto Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia -

Pelo menos duas vezes por semana, a dona de casa Rosane Cortes de Freitas precisa sair de Ramos para ir à sessão de fisioterapia na Penha. Um trajeto simples, mas que se tornou uma via crucis por conta da falta de transporte público.

Segundo ela, há pelo menos um ano, os ônibus da linha 928, que fazia o itinerário Ramos-Marechal Hermes, essencial para atender a demanda dela, desapareceu do bairro. Apesar do tempo, a placa ainda fixada em um poste de energia mostra o ponto final na Avenida Teixeira de Freitas. O sumiço da linha deixou centenas de pessoas abandonadas.

"Era uma linha que tinha uma boa movimentação de passageiros. Eu apenas descia de casa, pegava o transporte e seguia meu destino. Agora, tenho que caminhar por cerca de um quilômetro para conseguir outra condução. Só quem depende do transporte público sabe o que sofremos", disse.

Segundo a Secretaria Municipal de Transportes, em pouco mais de um mês, o canal direto da pasta com a população recebeu reclamação contra pelo menos 128 linhas por inoperância e frotas reduzidas. O número de serviços denunciados corresponde a 18% do total de linhas cadastradas na secretaria.

Em nota, a Rio Ônibus responsabilizou a crise do setor, agravada pela pandemia do coronavírus, e reclamou de gratuidades e congelamento de tarifas, sugerindo a "repactuação de um modelo de gestão e operação". "Em caráter urgente e emergencial, é imprescindível minimizar o desequilíbrio econômico-financeiro que atinge o setor na capital fluminense."

O prefeito Marcelo Crivella defendeu os empresários, afirmando que a capital tem a passagem mais barata do país e a escassez do transporte ocorre por conta da pandemia. "Essas linhas dependem do número de passageiros. O empresário, hoje, aqui no Rio, nos cobra a passagem mais barata do Brasil. Agora, se não tem passageiros, eles vão tirando os ônibus. À medida que esses passageiros voltarem, esses ônibus vão voltar também".

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