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Justiça diz que MP perdeu prazo de recurso contra foro privilegiado de Flávio Bolsonaro

Justiça diz que MP perdeu prazo de recurso contra foro privilegiado de Flávio Bolsonaro

Flávio Bolsonaro
Flávio Bolsonaro -
Rio - O Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) confirmou, em decisão emitida nesta quinta-feira, que o Ministério Público do Estado do Rio (MPRJ) perdeu o prazo para apresentar recurso à decisão da 3ª Câmara Criminal do próprio TJRJ, que em junho concedeu foro privilegiado para o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e transferiu o processo sobre a suposta "rachadinha" da 27ª Vara Criminal da capital para o Órgão Especial do TJRJ, colegiado composto por 25 desembargadores.
A decisão contestada pelo MPRJ foi tomada em 25 de junho, e o órgão foi intimado em 2 de julho. No dia seguinte começou a correr o prazo de 15 dias para que o Ministério Público apresentasse recurso. Para o órgão, seriam contados apenas dias úteis. Mas a jurisprudência indica que são dias corridos, o que encerraria o prazo em 17 de julho. O MPRJ protocolou o recurso no dia 20 - portanto, fora do prazo, segundo a corrente que entende que se trata de dias corridos. Quando o recurso foi apresentado, um funcionário do cartório do tribunal já emitiu uma certidão de intempestividade, mas o MP-RJ pediu revisão, alegando equívoco na contagem do prazo.
Nesta quinta-feira, a desembargadora Elisabete Filizzola Assunção, terceira vice-presidente do TJ-RJ, avaliou o pedido de revisão e confirmou que o MP-RJ perdeu o prazo. "Com efeito, o prazo recursal começou sua fluência no dia seguinte, ou seja, 3 de julho, terminando, assim, no dia 17 de julho de 2020. Considerando que a interposição dos referidos recursos se deu em 20 de julho de 2020, conclui-se por sua intempestividade", escreveu a magistrada. Segundo ela, o entendimento do MP-RJ de que se contam apenas os dias úteis é ‘absolutamente divergente do entendimento já consagrado no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Superior Tribunal de Justiça (STJ)’.
O MPRJ também apresentou uma reclamação contra a concessão de foro privilegiado ao senador perante o STF, que ainda vai julgar o caso.