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Setor cultural agoniza enquanto espera auxílio

No Rio, 40% dos profissionais aguardam algum tipo de ajuda

Sem-teto dormem na entrada do Teatro João Caetano, fechado
Sem-teto dormem na entrada do Teatro João Caetano, fechado -

Enquanto aguardam uma tomada de decisão por parte da Prefeitura do Rio, que promete apresentar um planejamento, ainda sem data definida, para a retomada das atividades culturais na cidade, profissionais do setor continuam dependendo da solidariedade dos cariocas e até mesmo de empresas privadas. Segundo a Associação de Produtores de Teatro (APTR), 40% dos trabalhadores que atuam na capital fluminense estão à espera de algum tipo de ajuda. A crise também ameaça as salas de exibição. O Ponto Cine, cinema em Guadalupe conhecido por ser o único do país a exibir somente produções nacionais, passou a transmitir peças teatrais on-line como forma de driblar a dificuldade econômica causada pela pandemia.

Aproximadamente cinco mil profissionais vivem das produções teatrais no Rio. De acordo com Eduardo Barata, presidente da associação de produtores teatrais, cerca de dois mil pedidos de ajuda, vindos de diretores, roteiristas, cenógrafos e tantos outros cargos que este universo envolve, já foram recebidos pela associação. "Conseguimos dar auxílio-alimentação para 1,2 mil pessoas, por meio de um vale, que só foi possível graças à mobilização popular", contou.

A situação pode piorar ainda mais, já que, no domingo, o prefeito Marcelo Crivella prorrogou a fase 5 do plano de flexibilização do isolamento social. Com isso, teatros e cinemas deverão continuar com suas portas fechadas até que o órgão municipal apresente as soluções de reabertura.

Em todo o país, são cerca de cinco milhões de profissionais que atuam no setor cultural e esperam ajuda financeira.