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'Ele não merecia'

Parentes de Caio Gabriel culpam PMs pela morte do rapaz no Morro dos Macacos

Rio de Janeiro - RJ  - 17/08/2020 - Geral - Sepultamento de Caio Gabriel Vieira da Silva, no cemiterio de Inhauma, zona norte do Rio - Foto Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Rio de Janeiro - RJ - 17/08/2020 - Geral - Sepultamento de Caio Gabriel Vieira da Silva, no cemiterio de Inhauma, zona norte do Rio - Foto Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia -

Segurando a camiseta manchada de sangue e com as marcas de tiros, a jovem Laís Cristina Vieira, desabafou sobre a morte do sobrinho, Caio Gabriel Vieira da Silva, 20 anos, na noite de sábado no Morro dos Macacos, em Vila Isabel, na Zona Norte. "Eles (policiais) executaram o meu sobrinho. Depois de baleado ele foi arrastado. A mãe dele estava dentro de casa e preocupada com o filho que estava na rua na hora dos tiros. O que fizeram com ele foi covardia. Ele não merecia passar por isso", disse.

Ontem, parentes e amigos se despediram do garoto que sonhava ser pai. Dor e revolta marcaram o sepultamento, no Cemitério Municipal de Inhaúma. "Eu jamais vou conseguir tirar essa imagem da minha cabeça. O Caio era um garoto muito alegre. Ele era brincalhão. Quem fez isso com ele não sabe a dor que sentimos", disse um amigo de Caio.

Muito abalada, a mãe do rapaz estava sob efeito de calmantes e não compareceu. Maria da Conceição Vieira, tia de Caio, disse que vários moradores testemunharam a morte de Caio. "Eles socorreram o meu sobrinho já morto. Fazem isso para dizer que não foram omissos. Dentro da favela não tem câmera, mas temos nós que somos moradores. Tem todos esses olhos. Não podem julgar todos que moram numa comunidade. Não podemos ser chamados de bandidos, meu sobrinho não era um bandido. Isso não acontece apenas no Morro dos Macacos, em várias favelas eles fazem essa covardia".

Conflito de informações

Familiares contaram que Caio Gabriel assistia a uma partida de futebol de salão na quadra da comunidade. O rapaz estava ao lado de amigos, quando, segundo moradores, policiais da UPP local, que estavam descaracterizados e usando toucas ninjas, chegaram ao local atirando na direção do grupo e balearam duas pessoas: Caio e um homem conhecido pelo apelido de Jacaré. Os dois foram levados para o Hospital Federal do Andaraí e não resistiram. 

Já a PM, diz que policiais revidaram um ataque a tiros à UPP dos Macacos. Após o confronto, dois homens foram encontrados no chão. Em uma segunda nota, divulgada ontem, a polícia disse respeitar a dor da família, mas voltou a dizer que os PMs reagiram a um ataque criminoso. 

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