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Volta às aulas no tapetão

Prefeitura do Rio negocia com estado, mas não descarta recurso judicial para garantir reabertura de refeitórios municipais e também escolas particulares

Crivella lava as mãos na coletiva em que disse ter pressa para reabrir refeitórios e escolas particulares
Crivella lava as mãos na coletiva em que disse ter pressa para reabrir refeitórios e escolas particulares -
O prefeito do Rio, Marcelo Crivella, tenta, por meio de um recurso judicial e de negociação com o governo do estado, reabrir os refeitórios de 180 escolas municipais para refeições dos estudantes e permitir a volta das aulas em instituições privadas, ainda na semana que vem. A informação foi dada ontem, em coletiva de imprensa.
Na ocasião, Crivella também anunciou a distribuição de cartões alimentação, no valor de R$ 54,24, para todos os alunos da rede pública, a partir de sexta-feira (21). A entrega, que será feita na escola em que cada criança está matriculada, começará por alunos com necessidades especiais.
Na segunda e na terça-feira, dias 24 e 25, será a vez de responsáveis com a letra A pegarem os cartões. A expectativa é que o planejamento siga até o dia 11 de setembro, por meio da distribuição pela ordem alfabética dos responsáveis. Cerca de 641 mil alunos serão atendidos pela ação, que foi negociada por um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre a prefeitura, Ministério Público do Estado e Defensoria Pública.
"Houve uma redução do valor do cartão, porque agora ele será distribuído para todas as crianças da rede. Antes, no valor de R$ 100, ele contemplava apenas as famílias que estavam inscritas no CAD Único", explicou Crivella.
Segundo o prefeito, há pressa em reabrir os refeitórios. "Queremos reabrir o mais cedo possível, porque esses alunos estão há 100 dias sem refeição na escola. Os funcionários convocados foram testados e já têm os anticorpos do coronavírus, então seria um retorno seguro".
Já sobre a volta das aulas na rede municipal, Crivella afirmou que está realizando uma consulta com os pais, para a possível reabertura em meados de setembro, começando por escolas localizadas em áreas mais carentes da cidade. "E gostaria de chegar a um consenso com o governo estadual para a volta das escolas privadas, eles estão fazendo manifestações. O retorno seria voluntário e gradual, com bom senso", destacou ele.
Sepe critica postura de Crivella
A coordenadora-geral do Sindicato Estadual de Profissionais da Educação (Sepe), Dione Lins, criticou a postura de Crivella, em live na segunda-feira. O prefeito questionou por que professores e merendeiras com 20 e 30 anos, sem comorbidades, não poderiam trabalhar.
"Está aumentando o número de jovens com a doença e o medo de contágio é maior", afirma Dione, lembrando que a média de idade das merendeiras é de 40 anos, ao contrário do que alegou Crivella.
Casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave aumentaram ligeiramente no Rio entre 2 e 6 de agosto, segundo boletim do Painel Infogripe, da Fiocruz. A fundação argumenta que, apesar de tendência à estabilidade, a ocorrência de casos continua muito alta.

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