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Rio em estado de guerra

Confrontos entre facções deixa um rastro de terror e moradores apavorados

Policiais militares de vários batalhões e das forças especiais cercaram a região para acabar com os confrontos entre criminosos
Policiais militares de vários batalhões e das forças especiais cercaram a região para acabar com os confrontos entre criminosos -

Três vítimas fatais, entre elas uma mãe que morreu protegendo o filho; ao menos quatro feridos; famílias mantidas reféns e que vão carregar esse trauma pelo resto da vida. Esse é o triste saldo de uma guerra de facções que disputam o domínio do Complexo do São Carlos, na Região Central do Rio, e que começou durante a madrugada e avançou pelo dia de ontem, nos bairros do Catumbi, Estácio e Rio Comprido.

A briga do Comando Vermelho (CV), que tenta tomar o território ocupado pelo Terceiro Comando Puro (TCP) na região, começou na quarta-feira à noite. Policiais do 5º BPM (Praça da Harmonia), 4º BPM (São Cristóvão), BPChq e RECOM, além do Bope realizaram cercos táticos aos bandidos. Segundo a Polícia Militar, 16 pessoas foram presas, um criminoso e um homem não identificados morreram nas ações e houve apreensão de nove fuzis, 10 pistolas, 42 granadas, farta quantidade de munições e de entorpecentes.

Dentre os presos está Alex Marques de Mello, o Leo Serrote, traficante apontado como uma das lideranças do grupo que tenta retomar o domínio territorial do São Carlos, e pelo qual havia recompensa de R$ 1 mil no Portal dos Procurados, segundo o porta-voz da PM, coronel Mauro Fliess.

No fim da tarde, o governador Wilson Witzel, que desta vez não apareceu na cena do crime, postou no Twitter elogios à força policial e criticou a decisão do STF de impedir incursões policiais nas favelas durante a pandemia. "A segurança pública é nossa prioridade, mas, por determinação judicial, a atuação das polícias está limitada", escreveu.