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Conheça oito mitos e verdades sobre gravidez na pandemia

Estudo publicado no Journal of Gynecology and Obstetrics mostra que 77% das mortes registradas no mundo de gestantes ou mulheres que estavam no período do puerpério por covid-19 aconteceram no Brasil

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A todo o momento surgem novos estudos e teses sobre a saúde das grávidas em meio à pandemia. Muito já se sabe sobre a relação do coronavírus com este grupo de risco e, para esclarecer o assunto, o diretor-médico do Vida-Centro de Fertilidade, Paulo Gallo, pontua os mitos e verdades já desvendados.
1. Parto domiciliar é a melhor opção na pandemia

MITO - Muitas grávidas acabam optando por essa opção devido ao isolamento social achando que estão mais seguras, porém, não é aconselhável. "É importante que a gestante escolha o parto na maternidade, já que estas instalações, geralmente, estão distantes dos locais de atendimento ao público, e consequentemente, longe dos pacientes com covid-19. Não é aconselhável de forma alguma o parto domiciliar. A gestante precisa de um parto seguro, e isto requer toda a infraestrutura que um hospital oferece: médicos, equipamentos, anestesistas e tudo o que envolve este processo", afirma o médico.

2. O pré-natal pode ficar em segundo plano

MITO - Apesar de o isolamento social dificultar os encontros pessoais, logo no início da pandemia, foi aprovado pela Câmara dos Deputados um projeto que autoriza o uso da telemedicina durante a pandemia de coronavírus. O atendimento à distância pode ser usado por qualquer área da saúde, inclusive no pré-natal. As consultas devem ser feitas religiosamente para que haja acompanhamento constante da evolução do bebê.
3. Brasil é o pais com mais mortes de gestantes do mundo por covid
VERDADE - Um estudo publicado no periódico médico International Journal of Gynecology and Obstetrics mostra que 77% das mortes registradas no mundo de gestantes ou mulheres que estavam no período do puerpério por covid-19 aconteceram no Brasil. Em números, isso representa 124 mulheres. Morreram mais mulheres grávidas ou no pós-parto no Brasil do que em todos os outros países somados. Segundo Paulo Gallo, é preciso avaliar muitos fatores que podem contribuir para essa mortalidade, como o grau de desnutrição dessas grávidas e puérperas.
4. As mães devem evitar contato com o bebê
MITO - Paulo Gallo explica, ainda, que os cuidados durante a rotina e a amamentação incluem que a mãe use máscara para evitar que partículas provenientes da sua respiração possam contaminar o bebe e todos os outros cuidados indicados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como por exemplo a higiene regular das mãos, devem ser seguidos de forma rigorosa.
5. A pandemia cresceu o número de depressão na gestação
VERDADE - Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Calgary, no Canadá, mostrou que houve um aumento significativo nos casos de depressão durante a pandemia do novo coronavírus. De acordo com o levantamento, os sintomas – que costumam afetar entre 10 e 25% das gestantes – superaram os 35%.
6. A geração da pandemia pode ser tornar mais infértil
VERDADE - E essa afirmação está totalmente ligada a afirmativa anterior. Um levantamento feito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) com 1.460 pessoas em 23 estados mostra que casos de depressão aumentaram 90% no intervalo de pouco menos de um mês, em meio as medidas de isolamento social para combater o novo coronavírus. A depressão é uma doença que pode comprometer muitas áreas da saúde, inclusive a fertilidade, o que afeta diretamente o crescimento humanidade.
7. Com o isolamento social as gestantes devem manter o repouso

MITO - Com o isolamento as gestantes devem manter-se isoladas, porém em movimento. Atividades físicas leves, assim como alimentação rica em frutas, legumes e verduras e bastante ingestão de líquidos devem ser incluído na rotina no período da gravidez.
8. Houve aumento de partos prematuros durante a pandemia
VERDADE - Segundo estudo publicado no periódico acadêmico Ultrasound in Obstetrics & Gynecology (UOG), na Inglaterra, o número de partos prematuros cresceu em 50% no período da pandemia. "Talvez, a principal explicação seja que muitas das grávidas que adquiriram a infecção, no último trimestre da gravidez, tiveram os sintomas de uma forma mais grave, acarretando em um comprometimento maior do seu estado geral de saúde. Interromper prematuramente a gestação pode diminuir os riscos para o bebê", finaliza o doutor.