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Witzel é afastado

Segundo PGR, governador comandava organização criminosa com empresários

Em pronunciamento duro, Witzel negou denúncias de corrupção e disse ser alvo de perseguição
Em pronunciamento duro, Witzel negou denúncias de corrupção e disse ser alvo de perseguição -

O Superior Tribunal de Justiça afastou, ontem, o governador Wilson Witzel (PSC) do cargo por pelo menos seis meses. A decisão partiu do ministro Benedito Gonçalves após investigações da Procuradoria-Geral da República apontarem o suposto envolvimento de Witzel em desvios de dinheiro público. O vice-governador Cláudio Castro (PSC), que estava em Brasília e chegou ao Rio à tarde, assumiu interinamente.

Segundo a PGR, desde que tomou posse, em janeiro de 2019, Witzel montou uma organização criminosa dentro do governo, dividida em três grupos, que disputavam o poder com desvio de recursos dos cofres públicos. O esquema era liderado por empresários, que lotearam as principais secretarias, como a da Saúde, e criaram esquemas de corrupção.

Nas primeiras horas de ontem, 380 policiais federais e agentes do Ministério Público Federal (MPF) e da Receita Federal deflagraram a Operação Tris in Idem. Foram cumpridos 89 mandados de busca e apreensão, 13 mandados de prisão. Foram alvos o vice-governador Cláudio Castro; o presidente da Alerj, André Ceciliano — segundo e terceiro na linha de sucessão — e a primeira-dama, Helena Witzel, além do desembargador do Tribunal Regional do Trabalho Marcos Pinto da Cruz.

Segundo a denúncia, foram identificados depósitos para o escritório de advocacia da primeira-dama por quatro empresas, três delas do empresário Mário Peixoto, preso em maio. O STJ deve julgar em plenário, na quarta-feira, se confirma a decisão que afastou Witzel.

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