Mais Lidas

Ex-vereador é suspeito no Caso Marielle Franco

Polícia encontra similaridades em dois atentados, em 2014 e 2018

Policiais entram na residência do sargento da PM Fábio da Silveira Santana, na Gardênia Azul
Policiais entram na residência do sargento da PM Fábio da Silveira Santana, na Gardênia Azul -

O ex-vereador do Rio Cristiano Girão está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), por suspeita de participação no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista dela, Anderson Gomes. Girão foi um dos alvos da Operação Déjà Vu, realizada pela DH e pelo Ministério Público estadual (MPRJ), na manhã de ontem, e que cumpriu seis mandados de busca e apreensão (quatro no Rio e dois em São Paulo) contra uma milícia que age na comunidade Gardênia Azul, na Zona Oeste do Rio.

O grupo paramilitar é apontado como responsável pela morte, a tiros, do ex-PM André Henrique da Silva Souza, conhecido como Zóio, de 31 anos, e de sua esposa, Juliana Sales de Oliveira, 27, em junho de 2014, na Rua Capori, na Gardênia. De acordo com as investigações da especializada, Girão pode ter contratado o sargento da PM Fábio da Silveira Santana, lotado no 18° BPM (Jacarepaguá), e o PM reformado Ronnie Lessa, um dos acusados pela morte de Marielle (em 14 de março de 2018), para executar Zóio, após um racha no grupo paramilitar ao qual eles pertenciam.

"Esse crime do casal em 2014 tem características muito peculiares e que se assemelham muito com o crime que vitimou a vereadora Marielle Franco e seu motorista: os tiros concentrados, o veículo em movimento", contou o chefe do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP), delegado Antônio Ricardo Nunes.

Apreensão de celulares e aparelhos para perícia

No Rio, a Operação Déjà Vu cumpriu quatro mandados, na casa do sargento PM Fábio da Silveira Santana, lotado no 18° BPM (Jacarepaguá), na Gardênia Azul; num endereço do ex-vereador Cristiano Girão, na Barra da Tijuca; num imóvel no Recreio dos Bandeirantes; além da cela do miliciano Leandro Siqueira de Assis, o Cabeção ou Gargalhone, no Complexo de Gericinó, em Bangu. As outras duas diligências foram em São Paulo, em endereços também do ex-vereador. Girão foi encontrado num dos imóveis e acompanhou o trabalho da polícia. Foram apreendidos celulares e aparelhos eletrônicos.

O sargento Fábio Santana é um dos quatro acusados no envolvimento no sumiço de Patrícia Amieiro, em junho de 2008. Aos 24 anos, a engenheira estava voltando de uma festa no Morro da Urca, na Zona Sul, quando foi alvo de tiros na saída do Túnel do Joá, na Barra. O carro de Patrícia caiu no Canal de Marapendi. O corpo dela nunca foi encontrado.

Comentários