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Uma ajuda salvadora

Cestas básicas distribuídas por ONG aliviam situação de famílias nas comunidades

Nos fundos das favelas cariocas, nas moradias mais pobres, a crise é permanente. A pandemia do coronavírus, que completou seis meses, apenas escancarou a realidade nua e crua. Por outro lado, há quem trabalhe para amenizar as dificuldades. Desde março, no início da pandemia, a ONG Rio de Paz já distribuiu 30 mil quentinhas, 3.400 cestas básicas, 150 mil hambúrgueres e 200 cartões alimentação aos moradores do Jacarezinho, Mandela e Manguinhos, na Zona Norte.

As cestas básicas salvaram a família de Cristiane Cândido, de 43 anos, moradora do Mandela. Desempregada, ela divide a casa com 14 pessoas: cinco adultos, também desempregados, e 11 crianças. "É muita criança, muito gasto. A gente vai se virando. Quando eu ganho a cesta é uma ajuda também. Se não fosse isso, ia ser difícil, ainda mais com as coisas caras como estão", admite Cristiane, que administra o almoço para que sobre no jantar. "Já tem a quantidade certa para eles. Se for um bife, divide e cada um come um pedacinho. Café da manhã às vezes não tem pão e as crianças ficam com fome, esperando a hora do almoço. Janta, não faço para não gastar mais. Se sobrar do almoço, esquenta e come", conta Cristiane.

A vizinha Angélica mora com três irmãos e a mãe. "Se não fosse a cesta básica, ficaríamos sem alimento. Já tentei emprego e não consegui. Não me chamam", diz a jovem de 23 anos. "Uma vez a gente ficou sem comida. Tive que ligar pro João (funcionário da ONG) e ele trouxe. É triste quando meus irmãos querem alguma coisa e não tem". Em Manguinhos, Liliana Bonfim, de 31 anos, enfrenta a mesma situação. "Quando sobra quentinha da janta, a gente almoça", diz.