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Saúde pede socorro

Funcionários farão protesto contra salários atrasados e más condições de trabalho

Anderson Pereira, enfermeiro que atuou no Hospital do Maracanã (no alto), é um dos profissionais que estão com pagamentos atrasados
Anderson Pereira, enfermeiro que atuou no Hospital do Maracanã (no alto), é um dos profissionais que estão com pagamentos atrasados -

Funcionários da saúde protestarão hoje de manhã em frente à Alerj para cobrar do governo do estado o pagamento de salários atrasados e melhores condições de trabalho. Segundo os sindicatos, após seis meses de pandemia, cerca de 8 mil profissionais de várias unidades estão com salários atrasados. Muitos foram demitidos e não receberam a rescisão. Quem continua na linha de frente, sofre com condições precárias e sobrecarga de trabalho.

Segundo o Sindicato dos Enfermeiros (SindEnfRJ), oito unidades de saúde do estado estão com os pagamentos em atraso, além do Samu e dos hospitais de campanha. "Os servidores estão desvalorizados. Tivemos que entrar na Justiça contra a Fundação Saúde para que fosse pago o piso salarial. Muitos não têm carteira assinada, direito a férias, licença maternidade e décimo terceiro", afirma Líbia Bellusci, vice-presidente do SindEnfRJ.

Para Líbia, a pandemia só agravou a situação dos profissionais de saúde: "O governo viu mais de 40 trabalhadores morrerem, sem condições básicas de serviço, sem insumos, equipamentos de proteção, com equipe reduzida, esgotamento profissional", diz.

A situação se repete nos hospitais de campanha: "Eram péssimas as acomodações e condições de trabalho. Antes de os hospitais fecharem, houve atraso salarial e demissões em massa. Os trabalhadores foram jogados fora como lixo, pois não serviam mais para o estado", diz Líbia. 

Anderson Pereira, enfermeiro que atuou no Hospital do Maracanã (no alto), é um dos profissionais que estão com pagamentos atrasados Arquivo pessoal
Hospital de campanha do Maracanã Luciano Belford