Mais Lidas

PF faz operação contra grupo criminoso infiltrado em Prefeitura do Paraná

Grupo movimentou mais de R$ 60 milhões de verbas públicas em contratos com empresas relacionadas a um empresário local, no período de 2013 a 2020

Polícia Federal
Polícia Federal -
Foz dó Iguaçu - A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira, a operação “Apocalipse”, contra uma organização criminosa infiltrada no Poder Executivo de um município localizado na região oeste do Estado do Paraná, especializada no cometimento de fraudes em licitações, desvio de recursos públicos, falsidade e uso de documentos e lavagem de capitais dos ativos ilicitamente angariados.
Estão sendo cumpridas 130 ordens judiciais, sendo duas de prisão preventiva, quatro de prisão temporária, 51 mandados de busca e apreensão e 44 ordens de afastamento de sigilo bancário e fiscal. Além destas medidas, foi realizado o bloqueio de ativos financeiros e a constrição patrimonial na ordem de 20 milhões de reais, por meio de 30 ordens específicas, expedidas pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). A investigação tramita nesse Tribunal porque um dos investigados possui foro por prerrogativa de função.
Segundo investigação da PF, no período de 2013 a 2020, em 25 procedimentos licitatórios, foram movimentados mais de R$ 60 milhões de verbas públicas por meio de 25 contratos celebrados com as empresas do grupo. Foram encontrados ainda indícios de que o procedimento licitatório relacionado ao combate da pandemia causada pelo coronavírus também foi manipulado pela organização criminosa.
A PF explica que o esquema criminoso funcionava por meio de fraudes em processos licitatórios das secretarias de relacionadas à saúde pública, limpeza urbana e esporte e cultura. As empresas selecionadas, algumas delas apenas de fachada, estavam relacionadas, direta ou indiretamente, a um empresário municipal. Com os contratos em vigor, foram realizadas inúmeras manobras que possibilitaram o desvio de recursos públicos e enriquecimento ilícito daqueles que foram identificados como os supostos líderes da organização criminosa. Essas práticas possibilitaram uma exponencial evolução patrimonial de alguns investigados, cujos bens estavam ocultados em nome de interpostas pessoas, mas foram revelados pela PF.
A operação, batizada de “Apocalipse”, tem seu nome relacionado ao padroeiro da cidade onde os fatos foram praticados, Arcanjo Miguel, o qual é reportado no livro de Apocalipse como um guerreiro na luta contra o mal.