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Jovens apontados como autores de estupro coletivo na Zona Sul se entregam à polícia

As defesas dos abusadores negociaram para que o grupo se apresentasse às autoridades

Favelas do Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, na Zona Sul do Rio
Favelas do Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, na Zona Sul do Rio -
Rio - Os cinco jovens apontados como autores de um estupro coletivo contra uma adolescente de 14 anos no Morro do Cantagalo, em Ipanema, Zona Sul do Rio, se entregaram à polícia na tarde desta sexta-feira. Eles foram identificados pela Polícia Civil nesta quinta. Dois deles são menores de idade. A Justiça já havia expedido os mandados de prisão e apreensão dos criminosos. 
De acordo com as primeiras informações, as defesas dos abusadores negociaram para que o grupo se apresentasse às autoridades. O crime aconteceu no dia 27 de setembro, mas só foi registrado no último dia 4. 
"Não vamos tolerar estupro. Combateremos diariamente todos os criminosos. Porque são criminosos. Já tinha feito essa cobrança ontem. Quero uma investigação dura e criteriosa. Se não se entregarem, vamos lá dentro buscá-los. Ontem eu já tinha ficado alarmado com os dados do 190 (sobre violência contra a mulher). O governo do estado não terá leniência com agressor, estuprador", disse Cláudio.
Relembre o caso
A menina, moradora do Cantagalo, saiu de casa na noite do dia 26 e foi encontrada desacordada por vizinhos na manhã seguinte, com sinais de fraqueza e violência sexual. Ela foi levada para o Hospital Miguel Couto, no Leblon, onde foi constatado o estupro, cometido por cinco jovens, dois deles menores de idade, que moram também moram na comunidade. De acordo com os depoimentos, o bando se aproveitou após a adolescente ingerir bebida alcoólica.
Segundo uma vizinha da família, que também é mãe de uma testemunha, todos os envolvidos se conheciam. "Conheço a menina desde pequena. É mais ou menos da idade da minha filha. A educação dela é uma educação cristã, assim como a família toda. Também conheço os meninos, as famílias de todos eles. Todos nos conhecemos, moramos no mesmo lugar", disse ela, que nega ter ocorrido um baile na comunidade.
"Não era baile funk, nem festa. Até onde eu sei, eles estavam todos reunidos na ladeira principal com caixinhas de som. Era uma noite de calor".
Marta Laurentino, mãe de uma das jovens que resgatou a adolescente, disse que ela tinha fortes sinais de embriaguez e desorientação. "Minha filha saiu sem meu consentimento, passou a noite fora de casa. Quando foi volta das 7h40, eu fiquei sabendo do ocorrido. Minha filha a encontrou numa localidade aqui perto da minha casa, num lugar chamado Pistão. Disse que ela estava bem alterada, alcoolizada. Minha filha pegou ela, junto com outra colega, e levou para a casa da mãe", contou.