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Moradores dizem que vítima de botijão em Copacabana era tranquila e vivia sozinha

Familiares ainda não compareceram para reconhecer o corpo

Botijão de gás foi arremessado do edifício Cannes, que fica na esquina das ruas Djalma Urich e Aires Saldanha
Botijão de gás foi arremessado do edifício Cannes, que fica na esquina das ruas Djalma Urich e Aires Saldanha -
Rio - Moradores e comerciantes de Copacabana, Zona do Sul, ainda não conseguem compreender o crime bárbaro que aconteceu na tarde desta segunda-feira e vitimou Tronco, um vendedor de frutas conhecido no bairro. O homem foi atingido por um botijão de gás arremessado do 12° andar do edifício Cannes, que fica na esquina das ruas Djalma Urich e Aires Saldanha. 
Tronco, segundo os conhecidos, era um cara tranquilo e vivia sozinho nas ruas, embora tivesse família na comunidade Pavão-Pavãozinho. "Ele não falava muito sobre a história dele. Eu o conhecia há uns seis anos pelo menos. Ele comprava fruta aqui comigo e saía oferecendo pelo bairro. Era muito batalhador e guerreiro", conta o vendedor Antônio Pereira, de 34 anos, que trabalha na Avenida Nossa Senhora de Copacabana. 
Antônio Pereira, amigo da vítima - Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Antônio estava trabalhando quando soube do acidente do amigo. "Eu tomei um susto quando me falaram, fui correndo pra lá. Ele era muito conhecido, dormia sempre na Sá Ferreira, mas ontem, ele estava ali", lamenta. 
Para o taxista Figueiredo, de 63 anos, o que houve foi uma fatalidade. "Ele não parava, ele vivia andando pelas ruas e ontem estava parado ali. Não tem explicação para o que aconteceu. Ele não mexia com ninguém, era muito tranquilo. Tinha dia que ele passava com o caixote de banana, às vezes, manga. Ele estava sempre vendendo aqui pra gente no ponto."

Norma Souza, 51 anos, atendente de uma mercearia na Rua Bulhões de Carvalho, ainda não acredita no que aconteceu. "Ontem, ele passou por aqui. A gente sempre comprava fruta dele. Ele não gostava que brincassem com o cabelo dele. Daí de tanto a gente brincar, ele cortou o cabelo dia desses", recorda. 
"A gente ficava bravo que ele não usava máscara. Ele falava que máscara era pra quem estava doente e ele não estava. E aí, acontece uma coisa dessas com ele", completa Norma. 
Apesar de Tronco ser uma figura conhecida no bairro de Copacabana, os moradores sabem muito pouco sobre ele. Uns dizem que ele se chama Miguel, outros que ele tem uma irmã na comunidade do Pavão-Pavãozinho. O vendedor tem mais de 50 anos e veio da Paraíba ainda jovem para o Rio de Janeiro. 
Calçada onde caiu o botijão - Reginaldo Pimenta / Agência O Dia
Até as 13h desta terça-feira, nenhum familiar havia comparecido ao Instituto Médico Legal (IML) para reconhecer o corpo. Tronco estava sem documentação no momento do crime. 
Pedreiro vai responder por homicídio
O homem que jogou um botijão de gás pela janela responderá pelo crime de homicídio. Venilson da Silva Souza, 33 anos, foi preso em flagrante na tarde desta segunda-feira. Conforme informações, o pedreiro teve um surto e começou a jogar objetos pela janela do último andar do prédio em que mora, na Rua Aires Saldanha, próximo à esquina da Rua Djalma Ulrich.
Entre eles um pedaço de fogão, e, posteriormente, o botijão que atingiu a vítima. Venilson passava por um tratamento e já tinha apresentado outros episódios de transtornos psicológicos.
Um vídeo enviado ao WhatsApp do DIA (98762-8248) mostra o corpo do homem na calçada, com o botijão encostado em um carro no meio fio. As imagens não serão publicadas em respeito à vítima.
Um funcionário do prédio, que pediu para não ser identificado, conta que Venilson morava com a irmã, responsável por cuidar dos imóveis de temporada do edifício. "Ele fazia consertos aqui no prédio. Um sujeito normal que não aparentava ter qual doença."
"Eu não sei como eles tinham botijão, porque aqui não tem gás encanado, mas tem fogão elétrico nos apartamentos", revela o funcionário. 
Procurada, a Polícia Civil ainda não informou se Venilson foi encaminhado ao sistema prisional.
 

 
Botijão de gás foi arremessado do edifício Cannes, que fica na esquina das ruas Djalma Urich e Aires Saldanha Reginaldo Pimenta / Agência O Dia
Antônio Pereira, amigo da vítima Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Calçada onde caiu o botijão Reginaldo Pimenta / Agência O Dia
Veículo, que estava estacionado próximo ao local onde vitima foi atingida, teve o vidro quebrado e ficou com as marcas de sangue Reginaldo Pimenta / Agência O Dia
Caso aconteceu na Rua Aires Saldanha, próximo à esquina da Rua Djalma Ulrich, em Copacabana, na Zona Sul do Rio Reprodução