País fechou mais empresas do que abriu pelo quinto ano seguido, diz IBGE

De 2014 a 2018, 762,9 mil companhias encerraram suas atividades, enquanto no mesmo ano foram abertas 697,1 mil

Atividade que mais representou a redução no número de empresas é o Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas, que contribuiu com o maior saldo negativo de empresas em 88,7 mil.
Atividade que mais representou a redução no número de empresas é o Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas, que contribuiu com o maior saldo negativo de empresas em 88,7 mil. -
Brasil - Pelo quinto ano consecutivo, o Brasil fechou mais empresas do que abriu. De acordo com dados do estudo Demografia das Empresas e Estatísticas de Empreendedorismo 2018,do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 762,9 mil companhias encerraram suas atividades, enquanto no mesmo ano foram abertas 697,1 mil empresas, o que representa uma redução de 1,5% no número de empresas em 2018.O saldo registrado pela diferença entre entradas e saídas, foi negativo e ficou em 65,9 mil. Em 2017, o saldo ficou negativo em 22,9 mil.
O levantamento leva em conta somente as entidades empresariais, e exclui os Microempreendedores Individuais (MEIs), órgãos da administração pública, entidades sem fins lucrativos e as organizações internacionais que atuam no país.
A atividade que mais representou a redução no número de empresas é o Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas, que contribuiu com o maior saldo negativo de empresas em 88,7 mil. Por outro lado, o setor de Saúde humana e serviços sociais foi o que deu a maior contribuição positiva ao saldo das empresas, em 23,7 mil.
“O comportamento de saída e entrada de empresas tem relação direta com a atividade econômica do país. Só em 2014, 218 mil fecharam as portas. Nos anos seguintes, esse movimento continuou, mas num patamar menor, refletindo a atividade econômica do período, que vem sendo fraca desde então”, analisa o gerente do estudo, Thiego Gonçalves Ferreira.


Em 2018, o Cadastro Central de Empresas (CEMPRE) somava 4,4 milhões de empresas ativas, que ocupavam 38,7 milhões de pessoas, sendo 32,3 milhões (83,5%) como assalariadas e 6,4 milhões (16,5%) na condição de sócio ou proprietário. A idade média das empresas era de 11,6 anos.
Os salários e outras remunerações totalizaram R$ 1,1 trilhão, com um salário médio mensal de 2,7 salários mínimos, equivalente a R$ 2.559,66, com crescimento de 0,2% em termos reais. A média salarial das empresas nascidas em 2018 (R$ 1.668,76) não apenas foi menor que a do total das empresas ativas, como também caiu 3,8% em relação às nascidas no ano anterior, uma perda real de R$ 65,53 ao mês, por empregado.
De 2013 a 2018, o Brasil teve uma redução de 382,2 mil empresas e de 2,8 milhões de ocupados assalariados. 
Dificuldade em manter o ritmo

Os resultados do estudo indicam a dificuldade em sustentar um rápido crescimento. Considerando-se as empresas que se tornaram de alto crescimento entre 2008 e 2013, apenas 5,6% delas repetiram o fenômeno após cinco anos, mesmo registrando uma elevada taxa de sobrevivência em igual período. Essa chance de reincidência decresceu com o passar dos anos, chegando a 3,1% após 10 anos de observação, para aquelas nascidas em 2008.

As empresas de alto crescimento possuem, em média, mais anos de mercado (14,3 anos) do que o conjunto das empresas ativas (11,6 anos), porém ainda são mais jovens que a média daquelas com 10 ou mais pessoas assalariadas (16,3 anos).

Com relação ao porte, as empresas de alto crescimento, não podem ser consideradas pequenas. Em 2018, possuíam, em média, 129,1 pessoas assalariadas, contra um total de 57,4 observado naquelas com 10 ou mais pessoas ocupadas assalariadas.