Rio - O resgate feito por funcionários do Hospital Federal de Bonsucesso (HFB) e por equipes do Corpo de Bombeiros a pacientes que estavam na unidade de saúde durante o incêndio que atingiu o local, teve como ajuda um container ao lado do prédio 2 do hospital e uma loja de pneus, a Rio Paiva Pneus, que fica do outro lado da rua. A estimativa é de que pelo menos 50 pessoas tenham sido atendidas nos dois locais que foram improvisados. Algumas camas, cilindros de oxigênio e cadeiras de roda também foram encaminhados para dar suporte às vítimas.
Ao todo, 289 pacientes estavam internados na unidade, dois morreram, 143 já foram transferidos e outros 144 ainda serão levados para outros hospitais.
O início do incêndio
O incêndio que atingiu a unidade de saúde começou por volta das 9h30. Bombeiros de pelo menos 13 unidades atuavam para combater as chamas. Agentes do quartel do Fundão foram acionados às 9h50 para a ocorrência. No local, houve movimentação intensa de ambulâncias para fazer transferências de pacientes e de funcionários que carregavam equipamentos, e estruturas como sofás.
O edifício atingido pelo incêndio foi o prédio 1, onde ficam as enfermarias e são realizados exames de imagem. O fogo começou no subsolo do pavilhão e atingiu o almoxarifado, onde fraldas ficam guardadas. Ainda não há informações sobre a causa do incidente.
Durante a transferência, uma paciente de 42 anos, identificada como Núbia da Silva Rodrigues, morreu. A mulher, que estava internada com covid-19 em estado grave, saiu com vida e veio a falecer a caminho do Hospital Municipal Ronaldo Gazolla. Cerca de 168 homens participaram do combate às chamas.
A Polícia Federal informou que instaurou inquérito para investigar as circunstâncias do incêndio. Agentes estiveram na unidade de saúde para o início das investigações, e aguardam o resfriamento do local do incêndio para realizar a perícia.
Falta de equipamento
Sidney Castro, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde, Trabalho e Previdência Social do Estado do Rio de Janeiro (Sindsprev-RJ), informou que as mangueiras e hidrantes que haviam na unidade de saúde não funcionavam.
"Foi uma tragédia anunciada. A falta dos equipamentos dificultou ainda mais a retirada dos pacientes e o combate ao fogo. É importante lembrar que, durante as transferências, uma mulher de 42 anos, internada com covid, veio a falecer. Tudo isto é produto da irresponsabilidade dos governos, que nos últimos anos pouco se importaram com as vidas de servidores e pacientes", afirmou Castro.