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Prefeitura definirá sobre volta às aulas na próxima semana; Sepe aponta 'risco à vida'

Em nota, Sepe disse que o prefeito está desconsiderando as evidências da continuidade da circulação do coronavírus

Escolas públicas e particulares de Niterói devem cumprir o protocolo de vigilância da saúde escolar
Escolas públicas e particulares de Niterói devem cumprir o protocolo de vigilância da saúde escolar -
Rio - Um dia após a retomada de todas as atividades econômicas no Rio e o anúncio de liberação voluntária para a volta às aulas na rede municipal, a Secretaria Municipal de Educação anunciou, nesta quarta-feira, que haverá reuniões com professores, conselhos de pais e responsáveis, direções de unidades e coordenações regionais para alinhar sobre o retorno das atividades presenciais nas unidades de educação do município. No entanto, o Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro (Sepe RJ) criticou a decisão da Prefeitura e ressaltou que a reabertura das escolas e creches municipais pode colocar em risco a vida da comunidade escolar.
De acordo com informações da Secretaria Municipal de Educação do Rio, está sendo planejado com os coordenadores regionais de Educação como será o retorno das aulas presenciais no 9º ano da Rede Municipal e também no último ano do Programa de Educação de Jovens e Adultos no Ensino Fundamental. Em nota, a secretaria ressaltou que, como foi explicado pelo prefeito na entrevista coletiva da última terça-feira, a volta às aulas nas escolas e creches municipais será voluntária.
Segundo o Sepe RJ, em nota divulgada nesta quarta-feira, os números da pandemia na cidade continuam altos, são 12 mil mortos até agora, sendo 40 mortos e 500 novos casos oficiais somente no final de semana. Para o sindicato, estes dados são uma prova de que a pandemia não se encontra controlada e que a reabertura pode colocar em risco a vida dos profissionais, alunos, responsáveis e demais integrantes da comunidade.

"Deste modo, ao anunciar que as escolas poderão decidir de forma voluntária se abrirão ou não, em plena pandemia, a prefeitura além de descentralizar a decisão, joga todo o peso de uma eventual crise sanitária para a direção e comunidade escolar. O Sepe RJ repudia esta atitude do prefeito Crivella, que desconsidera as evidências da continuidade da circulação do coronavírus e estimula a quebra do isolamento social com o afrouxamento das medidas que são a única forma eficaz de evitar a propagação da Covid-19 na cidade do Rio de Janeiro.", afirmou a organização em nota.

De acordo com o sindicato, a crise da pandemia atual não se restringe a um bairro ou a uma rua, mas a todo o estado e em especial à cidade do Rio de Janeiro. "Com isso, fazer com que as respectivas comunidades escolares decidam se devem ou não retornar às atividades presenciais é um risco que o Sepe não pode concordar. As escolas e creches municipais não vivem em uma redoma ou em um sítio isolado. Com isso, a decisão deve ser unitária, centralizada e calcada em fundamentos sanitários seguros, o que, nos parece, não é o caso.", completa a nota.
A organização afirmou que é contra a liberação de que as unidades municipais de educação possam abrir agora, em plena pandemia. Em nota, o sindicato aconselha que os responsáveis não caiam na história de que cada escola vai decidir ou não pelo retorno.

"Isso é uma irresponsabilidade do prefeito Crivella. Vários países da Europa estão enfrentando a segunda onda da pandemia com a multiplicação do número de casos e da procura por leitos hospitalares, o que provoca novamente o fechamento e a volta da restrição na circulação das pessoas. O Brasil, que ainda sofre com a primeira onda da Covid, certamente não pode relaxar neste momento e as autoridades tem o dever de assegurar a segurança da saúde da população, não permitindo o aumento da circulação nas ruas representado pela volta dos alunos às escolas.", disse o Sepe RJ.

O sindicato ainda reafirmou que os profissionais de educação da rede municipal do Rio deliberaram em assembleia, realizada no final de julho, entrar em greve pela defesa da vida e contra a volta presencial às escolas enquanto a pandemia não estiver devidamente controlada.
Escolas públicas e particulares de Niterói devem cumprir o protocolo de vigilância da saúde escolar Reprodução
Prefeitura do Rio liberou retorno voluntário das atividades presenciais nas escolas e creches municipais Reginaldo Pimenta