Rio – A médica intensivista que, em maio deste ano, foi agredida por um grupo de pessoas no Grajaú, na Zona Norte do Rio, está com covid-19 pela segunda vez. Ticyana D’Azambujja, que já teve covid-19 em abril, está desde terça-feira internada em um hospital em Copacabana, na Zona Sul do Rio.
“Ela está com 50% do pulmão comprometido e com pneumonia bacteriana associada. Reclama de muita falta de ar, fala que está muito cansada. Está tomando antibióticos”, conta Maíra Fernandes, amiga e advogada da anestesista.
Maira conta que ligou para a médica na manhã desta terça-feira. Ao telefone, Ticyana já reclamava que estava se sentindo mal. “Ela disse: ‘estou achando que posso estar com covid. O estranho é que já tive, estou com os mesmos sintomas’”, lembra a advogada, que recomendou que a anestesista logo procurasse um hospital. “Quando liguei de volta, ela me disse: ‘vou ter que ficar aqui, me internaram’”, recorda-se.
“O triste é que não bastasse tudo isso, ela estava conseguindo recuperar a vida. O episódio (agressão no Grajaú) foi dia 30 de maio. Ela ficou mais de um mês sem trabalhar por conta da lesão e cirurgia do joelho. Quando estava recuperada e poderia voltar a trabalhar sem impedimento médico, teve dificuldade em encontrar emprego”, lamenta Maíra.
Segundo a advogada, a anestesista estava desempregada até que conseguiu fazer alguns plantões. Mas foi quando contraiu o novo coronavírus.
No próximo dia 23, Ticyana tem audiência marcada com a presença dos réus do caso de agressão sofrida em maio deste ano. “Nós esperamos que até lá ela já esteja bem recuperada. Se ela conseguir responder bem aos antibióticos e essa pneumonia for estancada, acho que é possível que ela esteja bem a ponto de comparecer. Mas se estiver internada, o que a gente não espera, eu vou comunicar o juiz, e posso ir representando ela. Porém, estamos na torcida para que ela fique bem logo”, deseja Maíra.
OS PRÓXIMOS PASSOS DO PROCESSO
De acordo com a advogada Maíra Fernandes, foi oferecida uma denúncia contra seis pessoas e a audiência está marcada para o dia 23 de novembro.
“Esta etapa é para os réus se manifestarem sobre a proposta de transação penal do Ministério Público (MP) em relação a dois crimes menos graves. Um é por estar numa festa no momento da pandemia. Todos vão comparecer para ver se aceitam ou não. E, em relação a dois deles, tem uma proposta de transação penal para que se manifestem sobre o crime de ameaça e lesão leve sobre o casal que foi acolher a Ticyana”, explica Maíra.
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