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Retorno de alunos do 9º ano às escolas tem pouca adesão na Rede Municipal do Rio

Na Escola Municipal Orsina da Fonseca, na Tijuca, Zona Norte do Rio, apenas um aluno havia retornado à aula presencial, às 8h30, horário marcado para o início do turno, que será de 3 horas

Hugo Leandro Victorino foi o único a retornar à Escola Municipal Orsina da Fonseca, na Tijuca, Zona Norte do Rio
Hugo Leandro Victorino foi o único a retornar à Escola Municipal Orsina da Fonseca, na Tijuca, Zona Norte do Rio -
Rio - A volta às aulas registra pouca adesão na manhã desta terça-feira. Na Escola Municipal Orsina da Fonseca, na Tijuca, Zona Norte do Rio, apenas um aluno havia retornado à aula presencial, às 8h30, horário marcado para o início do turno, que será de 3 horas.
Com aulas presenciais suspensas desde o dia 16 de março, os alunos do 9º ano do ensino fundamental da Rede Municipal de Educação começam a retornar às escolas nesta terça-feira (17), conforme o desejo das famílias. São 61 mil alunos destas turmas, que estudam em 427 unidades. As famílias decidem se retornam ou não.
A musicista Diana Nascimento d'Ávila, 35, é mãe de uma aluna de 14 anos da Escola Municipal Vicente Licínio Cardoso, na Praça Mauá, Região Central, que decidiu não retornar. Ela conta que a filha tem asma e diz que a maioria das mães não concorda com a volta. Diana ressalta que um diretor da unidade faleceu este ano por covid-19.
"Flor tem asma, então não vai voltar. Mas, a maioria das mães da escola é contra o retorno porque entende que coloca a vida da comunidade escolar em risco. O diretor da escola faleceu por covid este ano, o Professor Niverton. Outras mães, concordam com a volta, preocupadas com a defasagem pedagógica", conta a mãe. Diana critica a qualidade do ensino remoto para o segmento. 
O retorno é apenas para os alunos dos anos finais do Ensino Fundamental - 9º ano, último ano do Programa de Educação de Jovens e Adultos (PEJA) e do Carioca 2 (projeto de correção de fluxo) das escolas públicas municipais cariocas. Professores, alunos e demais profissionais de Educação que tenham comorbidades não voltarão para as aulas presenciais. Pais, responsáveis e alunos podem optar pela aula de forma remota.

Estas aulas presenciais acontecerão em quatro dias da semana – às segundas, terças, quintas e sextas-feiras. As turmas são divididas em grupos A e B para evitar aglomerações, segundo a pasta. Serão três horas de aulas por dia, nos turnos da manhã e da tarde para o 9º ano. E à noite para o PEJA. Nas quartas-feiras haverá um reforço na higienização das unidades escolares, que já passam por limpezas regularmente nos demais dias.
Sindicato mantém greve
Os professores e demais servidores da rede municipal de ensino do Rio decidiram, em assembleia virtual nesta segunda-feira, manter a greve da categoria. Os profissionais de Educação argumentam que a paralisação é "em defesa da saúde e da vida e contra o retorno das atividades presenciais escolares, com a manutenção das atividades remotas".
Na assembleia foi definido também um calendário de ações da categoria: nesta terça-feira, será solicitada a realização de audiência pública à Comissão de Educação da Câmara de Vereadores. Os professores também enviarão ofício à Comissão de Educação da Alerj.
Na quarta-feira, haverá uma manifestação simbólica "em defesa da vida", às 11h, na sede da prefeitura. Na ocasião, os educadores vão cobrar a divulgação da data de pagamento do 13º salário.
Na quinta-feira, dia 19, haverá uma plenária virtual da comunidade escolar, às 18h. E na segunda-feira, dia 24, às 11h, nova assembleia on-line da rede municipal do Rio.
Profissionais infectados
Nenhuma escola, diz a pasta, ficará fechada hoje devido à contaminação de profissionais da Educação. Apenas seis unidades escolares do total da Rede Municipal de Ensino (0,4%) foram fechadas temporariamente para higienização após profissionais relatarem que tiveram contato com pessoas contaminadas ou que apresentaram sintomas. Estes profissionais foram afastados e assim ficarão durante todo o ciclo da doença.
Foram seis profissionais, um de cada unidade, segundo a SME. Aqueles que já cumpriram quarentena e estão aptos a retornar deverão estar presentes nas escolas.
O protocolo sanitário determina que a direção e os setores administrativos atuem em sistema de rodízio de equipes no cuidado das escolas. Portanto, as equipes do rodízio que não tiveram contato com a doença procedem normalmente com o trabalho.
Protocolos de segurança

A Secretaria Municipal de Educação afirma que os protocolos de segurança indicados pela Vigilância Sanitária serão cumpridos para garantir a segurança da comunidade escolar. Haverá redimensionamento dos espaços utilizados e disponibilização dos produtos necessários para a higienização pessoal e do ambiente escolar, como máscaras, álcool em gel e sabonete líquido, entre outros itens. O retorno de outras turmas se dará após uma avaliação desta retomada inicial do 9º ano, PEJA e Carioca 2, com comunicação posterior para os demais estudantes.