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Operação prende milicianos da Muzema e Rio das Pedras

Além dos criminosos, a operação busca prender um arquiteto responsável pelas obras ilegais da milícia

Operação da Polícia Civil e Ministério Público mira milicianos que atuam na Muzema e Rio da Pedras
Operação da Polícia Civil e Ministério Público mira milicianos que atuam na Muzema e Rio da Pedras -
Rio – A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio prenderam, na manhã desta terça-feira (8), sete pessoas ligadas à milícia que atua na Muzema, Rio das Pedras e bairros vizinhos da Zona Oeste do Rio. A operação Sturm visa cumprir nove mandados de prisão e busca e apreensão.

Segundo a denúncia do MP, a quadrilha é responsável por explorar inúmeras atividades ilícitas, principalmente a exploração imobiliária clandestina.

Entre os presos na operação desta terça está um homem suspeito de chefiar a milícia. Tailon de Alcântara Pereira é filho de um ex-policial militar citado na CPI das Milícias em 2008, expulso da polícia em 2008 e que está preso. Ele foi localizado em um condomínio de luxo no Recreio dos Bandeirantes. As investigações apontam que ele assumiu o posto de chefe do grupo paramilitar após a prisão do pai.

Os outros presos são: o policial militar Ronny Pessanha de Oliveira; Gilbert Silva Loback e Carlos Magalhães Antunes – esses três, seriam responsáveis pelo núcleo de segurança da quadrilha – além de Clodoaldo Dias Godinho e Clayton Luiz Vieira – que integram o núcleo imobiliário, atuando na ocupação do solo, execução de obras, locação, entre outras.

INVESTIGAÇÃO

A investigação foi iniciada, em abril de 2019, pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) – entre as operações Intocáveis 1 e Intocáveis 2 – e conseguiu identificar integrantes da mesma organização criminosa que, até então incógnitos, permanecem explorando diversas atividades ilícitas, especialmente a exploração imobiliária clandestina na região.
“A Draco iniciou uma investigação pouco antes do desabamento dos edifícios na Muzema. Por conta do fato trágico, a investigação acabou focando um pouco na questão das construções irregulares", explicou o promotor Marcelo Winter.
A denúncia ressalta o enorme perigo social desses empreendimentos, que se destinam à habitação de milhares de pessoas, sem qualquer espécie de capacitação técnica, controle ou garantia acerca da higidez das obras e construções. Exemplo desse risco é a tragédia ocorrida em 12 de abril de 2019, na qual dois edifícios irregulares situados no Condomínio Figueiras desmoronaram na região da Muzema, levando abaixo 24 vidas em seus escombros.
Operação da Polícia Civil e Ministério Público mira milicianos que atuam na Muzema e Rio da Pedras Reginaldo Pimenta / Agência O Dia
Tailon de Alcântara Pereira, filho de um ex-policial militar citado na CPI das Milícias em 2008, é suspeito de chefiar a milícia Reprodução TV Globo
Operação da Polícia Civil e Ministério Público mira milicianos que atuam na Muzema e Rio da Pedras Reginaldo Pimenta / Agência O Dia
Operação da Polícia Civil e Ministério Público mira milicianos que atuam na Muzema e Rio da Pedras Reginaldo Pimenta / Agência O Dia
Operação da Polícia Civil e Ministério Público mira milicianos que atuam na Muzema e Rio da Pedras Reginaldo Pimenta / Agência O Dia