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Covid-19: pesquisadores usam redes sociais para combater desinformação sobre vacina

Iniciativa quer ajudar a população a entender como são produzidos os imunizantes, além de minimizar os impactos causados pela disseminação de notícas falsas

O virologista Rômulo Neris e a microbiologista Natália Pasternak: cientistas se unem em iniciativa para combater desinformação sobre vacinas
O virologista Rômulo Neris e a microbiologista Natália Pasternak: cientistas se unem em iniciativa para combater desinformação sobre vacinas -
Rio - O embate político entre o presidente Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria, sobre a aquisição e regulamentação da Coronavac no Brasil despertou a dúvida em muitos brasileiros se tomar a vacina contra o coronavírus é realmente seguro. Entre os questionamentos mais comuns estão se a vacina é realmente eficaz se consideramos o tempo em que ela foi elaborada; Se o imunizante é capaz de alterar o nosso DNA; ou ainda se é feito de células de fetos abortados. Com o objetivo de responder a essas perguntas e combater a desinformação, um grupo de cientistas batizado de Equipe Halo, composto por brasileiros e estrangeiros, estão usando o Tik Tok, rede social popular entre os jovens, para mostrar o dia a dia dos pesquisadores em busca da vacina contra o coronavírus, além de esclarecer as dúvidas mais comuns entre a população.
Um dos profissionais que está combatendo a desinformação com a ciência é o Rômulo Neris, 27 anos, virologista e Doutorando em Imunologia e Inflamação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Com mais de 17 mil seguidores, através de seus vídeos, Rômulo já esclareceu quais são os ingredientes da Coronavac, como funciona as vacinas da Pfizer e da Moderna, além de como o nosso corpo reage a vacinação.
"Essas vacinas não vão sair muito mais rápido. O prazo é mais curto sim do que outras que já tivemos, mas por um fator fundamental: colaboração internacional. A gente tem diversos países testando ao mesmo tempo, coisa que não aconteceu no passado para outras vacinas com um número muito maior de pessoas. O que faz a gente testar ao mesmo tempo a segurança e a eficácia, que antes era necessário fazer passo a passo porque antes ou você não tinha orçamento, ou tanto voluntário ou porque o estudo era limitado as leis de um único país", explica Rômulo em um vídeo sobre o medo que algumas pessoas tem de tomar a vacina.
Além de Rômulo, outros cientistas que também fazem parte da iniciativa é a Natália Pasternak, microbiologista e pesquisadora visitante do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo no Laboratório de Desenvolvimento de Vacinas (LDV) e Jaqueline Goes, uma das responsáveis pelo sequenciamento genético do coronavírus.
Todos os vídeos da Equipe Halo podem ser assistidos aqui. 
@nataliapasternakscience

Como funciona uma vacina? nos proximos videos, fique ligado: tipos de vacina! ##TeamHalo ##EquipeHalo ##covid19 ##vaccine

♬ som original - Natália Pasternak
Infodemia: desinformação que mata
O número de notícias falsas sobre questões de saúde pública tem preocupado as autoridades. Tanto é que a Organização Mundial da Saúde (OMS), declarou que além da pandemia do coronavírus, enfrentamos a infodemia, que é um aumento no volume de informações, corretas ou não, sobre um tema específico, que contribuem para aumentar os casos e as mortes por Covid-19.
Quando o assunto é a Covid-19, algumas informações inverídicas que circulam pelas redes são a de que a vacina Sputinik, elaborada pela Rússia, transformaria as pessoas em zumbis ou ainda que os imunizantes viriam com um chip.
Para ajudar as pessoas a conseguirem identificar o que é uma notícia falsa, o pesquisador Wasym Syed, que também integra a Equipe Halo, lançou dois guias, o Fake News e Como Identificá-las e Fake News e Vacinas
Além disso, Syed também aborda essa questão em seus vídeos para o Tik Tok. Em um deles, ele traz cinco dicas para não cair em notícias falsas.  
Cresce o número de brasileiros que não querem se vacinar
Uma pesquisa do Datafolha, divulgada no dia 12 deste mês, constatou que cresceu o número de pessoas que pretendem não se imunizar contra a Covid-19: de 9% em agosto para 22% em dezembro.
Além disso, o levantamento também concluiu que o país que produziu o imunizante influencia na decisão dos brasileiros com relação a vacinação.
Já sobre a obrigatoriedade, 56% dos entrevistados na pesquisa disseram querer que a vacina seja obrigatória para toda a população, enquanto 43% são contrários à obrigatoriedade.