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Justiça mantém prisão de Marcelo Crivella e outros três acusados de integrar esquema

Detidos serão encaminhados para Benfica e, após uma triagem, a Seap decidirá para qual unidade serão levados

Prefeito do Rio, Marcelo Crivella é preso. Na foto, Crivella deixa a Cidade da Polícia
Prefeito do Rio, Marcelo Crivella é preso. Na foto, Crivella deixa a Cidade da Polícia -
Rio - A desembargadora Rosa Helena Penna Macedo Guita, do Tribunal de Justiça do Rio, decidiu pela manutenção da prisão do prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), durante audiência de custódia nesta terça-feira. Além do chefe do poder executivo municipal, permanecem detidos o empresário Rafael Alves, homem forte de Crivella e apontado como operador do esquema, o ex-tesoureiro Mauro Macedo e o empresário Cristiano Stockler. Já o empresário Adenor Gonçalvez e o delegado Fernando Moraes participarão de uma audiência por videoconferência na quarta-feira (23). Ambos estão com suspeita de covid-19.
O primeiro a ser ouvido foi Marcelo Crivella, por volta das 16h20, que informou não ter tido excessos durante o cumprimento do mandado de prisão. Em seguida, foram ouvidos Rafael Alves, Mauro Macedo e Cristiano Stockler. 
De acordo com a desembargadora, a audiência foi realizada em função da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, que determinou, no último dia 10, que a Justiça do Estado do Rio deve realizar audiências de custódia para todas as modalidades prisionais, e não apenas para os casos de prisão em flagrante, no prazo de 24 horas da sua ocorrência.
Por conta da pandemia de covid-19, não foi permitida a participação de público. Apenas os advogados dos envolvidos participaram da audiência.
Os detidos serão encaminhados para Benfica e, após uma triagem, a Seap decidirá para qual unidade serão levados.
Investigação começou com delação premiada de doleiro
A investigação teve como ponto de partida a delação premiada do doleiro Sérgio Mizrahy, preso na Operação Câmbio Desligo, um dos desdobramentos da Lava Jato fluminense, realizada em maio de 2018. Veio dele a expressão QG da Propina para se referir ao esquema, que teria como operador Rafael Alves, homem forte da prefeitura apesar de não ter cargo oficial. Ele é irmão do ex-presidente da Riotur, Marcelo Alves, exonerado do cargo em março de 2020 a pedido dele próprio.
O suposto QG funcionaria assim, de acordo com o delator: empresas interessadas em trabalhar para o Executivo carioca entregavam cheques a Rafael, que faria a ponte com a prefeitura para encaminhar os contratos. O esquema também funcionaria no caso de empresas com as quais o município tinha dívidas - aqui, o operador mediaria o pagamento. As propinas seriam negociadas em uma sala na Cidade das Artes, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, sede da Riotur.
Investigação de promotores do Gaocrim (Grupo de Atribuição Originária Criminal da Procuradoria-Geral de Justiça) aponta que Alves, que não possui cargo na administração municipal, exigia que fosse consultado antes de mudanças de cargos. A influência dele também poderia ser vista em licitações e pagamentos a fornecedores.
De acordo com a desembargadora, a audiência foi realizada em função da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, que determinou, no último dia 10, que a Justiça do Estado do Rio deve realizar audiências de custódia para todas as modalidades prisionais, e não apenas para os casos de prisão em flagrante, no prazo de 24 horas da sua ocorrência.