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Famílias inteiras contaminadas pela Covid-19 comemoram a vida neste Natal

Passado o desespero, elas compartilham sentimentos em comum: que todos comemorem o fim do ano com segurança e a chegada da vacina para os brasileiros em 2021

Da esquerda para a direita: Bruna Monteiro Sant’Ana Felix, Reni Monteiro Sant’Ana Felix, Itamar Felix Pereira e Beatriz Monteiro Sant’Ana Felix
Da esquerda para a direita: Bruna Monteiro Sant’Ana Felix, Reni Monteiro Sant’Ana Felix, Itamar Felix Pereira e Beatriz Monteiro Sant’Ana Felix -

Em um ano de pandemia do coronavírus, com tantas perdas e incertezas, famílias inteiras que se contaminaram com a Covid-19 no Rio terão a chance de celebrar este Natal de forma segura e aliviada após superarem a batalha contra a doença. Passado o desespero, elas compartilham dois desejos em comum: que todos comemorem o fim do ano com consciência para preservar seus familiares e que os brasileiros tenham direito à vacina em 2021.

É o caso da família de Beatriz Monteiro Sant'Ana Felix, de 24 anos. A estudante de Comunicação Social da UFRJ relatou momentos de apreensão ao descobrir que ela, o pai e a mãe estavam infectados com coronavírus e como fizeram para que sua irmã gêmea não se contaminasse.

A primeira pessoa a apresentar os sintomas foi a mãe, Reni Monteiro Sant'Ana Felix, de 53 anos. Depois, foi o pai, Itamar Felix Pereira, de 51. Beatriz pegou o coronavírus pelo convívio. Os três moram na Vila da Penha e mudaram a rotina para que a quarta integrante da família, Bruna Monteiro Sant'Ana Felix, de 24, não ficasse doente. "A partir do momento que um de nós apresentava sintomas, a pessoa era posta em isolamento. Iniciamos o uso de máscara dentro de casa e tomamos outras medidas", contou Beatriz.

Para Beatriz, neste fim de ano, o melhor é não causar aglomerações e se reunir só com os familiares que moram na mesma casa. "Todos estamos sentindo falta da família e amigos, mas nossa postura do Natal 2020 pode significar tê-los conosco no Natal do ano que vem. Ninguém aguenta mais de saudade, mas prefiro pensar em ter saudade de quem está seguro e vivo."

Desejo para 2021: a vacina

Com quatro pessoas contaminadas, os familiares da técnica de enfermagem Zuleica Paula dos Santos Salgado, de 47 anos, e do seu marido, Luciano Salgado Filho, de 51, que trabalha como condutor de emergência do Samu, podem comemorar a cura da Covid-19. "Meu marido, minha filha e meu genro fizeram o teste e deu positivo. Fiz três vezes o teste e deu negativo. Só quando fiz a tomografia que confirmou o coronavírus. Aí eu já estava com 50% do pulmão tomado e precisaram me internar", relembrou ela, que diz que poder respirar sem ajuda de aparelhos e saber que voltaria a ver sua família não tem preço.

Os desejos para 2021 são unânimes entre as famílias: a chegada da vacina. "Que todos consigam receber essa vacina", pediu Zuleica. "Meu maior desejo é que tenhamos uma vacina o quanto antes", complementou Beatriz.
 
'Deus escutou minhas orações'

A vendedora Cláudia Gomes Bonifácio de Sá, de 50 anos, ficou internada durante 20 dias, 10 deles no CTI do Hospital Santa Marta, em Niterói, de onde recebeu alta no dia 25 de maio e seguiu para casa, sob aplausos da equipe médica que a acompanhou durante esse período angustiante. De acordo com ela, os sintomas começaram a aparecer após idas e vindas do hospital para tratar uma crise de vesícula logo no começo da pandemia.

"Eu já estava com minha imunidade baixa. Então, nesse intervalo, acabei pegando Covid. Fiz o exame e a tomografia e acusou que meu pulmão já estava bastante comprometido. Na mesma hora, me internaram e eu fui para o CTI. Entrei no hospital muito mal, mas a gratidão de sair de lá curada foi indescritível. Vi muita gente que entrava lá e não saía, mas Deus escutou muito as minhas orações e consegui vencer essa batalha."