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Polícia e associações de magistrados tratam assassinato de juíza pelo ex-marido como feminicídio

'Posso afiançar: esse crime não ficará impune', afirma o presidente da Amaerj. Parentes foram ao IML na manhã desta sexta-feira liberar o corpo

Irmão e cunhada da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi foram ao IML liberar o corpo na manhã desta sexta-feira
Irmão e cunhada da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi foram ao IML liberar o corpo na manhã desta sexta-feira -
Rio - O presidente da Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj), Felipe Gonçalves, afirmou que conversou com delegados da Polícia Civil que acompanham as investigações do assassinato da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, de 45 anos, e garantiu que o crime não ficará impune. A Amaerj e a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) tratam o crime como feminicídio. Viviane foi assassinada a facadas na noite da véspera de Natal na Barra da Tijuca na frente das três filhas do casal - duas meninas gêmeas de 9 anos e uma de 12. O ex-marido dela, o engenheiro Paulo José Arronenzi, de 52 anos, foi preso em flagrante. Nesta sexta, a Polícia Civil confirmou que ele foi autuado por feminicídio.
“A Amaerj está à disposição da família, com quem já estamos em contato. A doutora Viviane Amaral não será esquecida. Conversei esta noite com o secretário de Polícia Civil do Estado do Rio, delegado Alan Turnowski. Também falei com o delegado Pedro Casaes, que esteve no local do crime. Posso afiançar: esse crime não ficará impune. O feminicídio tem o repúdio veemente da sociedade brasileira. O Brasil precisa avançar. O que ocorreu nesta quinta-feira na Barra da Tijuca é absolutamente inaceitável”, afirmou o presidente da Amaerj.
Juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, de 45 anos - Reprodução / Redes Sociais
Juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, de 45 anosReprodução / Redes Sociais
Também por meio de nota, a presidente da AMB, Renata Gil, repudiou o crime e disse que o feminicídio é retrato de "uma sociedade marcada pela violência de gênero". “Nossa solidariedade aos familiares e amigos da juíza estadual Viviane Arronenzi, assassinada brutalmente, supostamente pelo ex-marido. O feminicídio é o retrato de uma sociedade marcada ainda pela violência de gênero. Precisamos combater este mal!”, declarou a magistrada, que presidiu a Amaerj de 2016 a 2019.
De acordo com as associações de magistrados, Viviane Vieira do Amaral Arronenzi integrava a Magistratura do Estado do Rio de Janeiro havia 15 anos. Atualmente, trabalhava na 24ª Vara Cível da Capital. Antes, atuara na 16ª Vara de Fazenda Pública.
Parentes comparecem ao IML
O irmão e a cunhada da juíza Viviane Arronzeni compareceram ao Instituto Médico Legal (IML) na manhã desta sexta-feira, dia de Natal. Eles deixaram o local às 10h05 e, muito abalados, preferiram não falar com a imprensa. Ainda não há confirmação sobre local e horário do sepultamento.O irmão e a cunhada da juíza Viviane Arronzeni compareceram ao Instituto Médico Legal (IML) na manhã desta sexta-feira, dia de Natal. Eles deixaram o local às 10h05 e, muito abalados, preferiram não falar com a imprensa. Ainda não há confirmação sobre local e horário do sepultamento.
De acordo com a Guarda Municipal, agentes estavam na base do subgrupamento, que fica ao lado do Bosque de Barra, quando foram acionados para ajudar a vítima. No local, encontraram a mulher caída e desacordada. O criminoso recebeu voz de prisão no local e foi encaminhado para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, onde foi atendido e posteriormente conduzido para a delegacia.
Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o momento do assassinato. Nas imagens, aos gritos, as crianças pedem que o pai pare de golpear a mãe.
Segundo a rádio Tupi, a vítima era moradora de Niterói, na Região Metropolitana do Rio, e estava levando as filhas do casal - duas meninas de 9 anos, que são gêmeas, e uma de 12 - para ficarem na casa dos pais das crianças quando foi esfaqueada pelo ex-marido. As crianças presenciaram o crime.
O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) divulgou um comunicado e "lamentou profundamente a morte da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, vítima de feminicídio na Barra da Tijuca nesta quinta-feira (24)".
Em nota, a Polícia Civil informou: "A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) instaurou inquérito para investigar o assassinato da juízaViviane Vieira do Amaral Arronenzi, ocorrido nesta quinta-feira (24/12), na Barra da Tijuca, Zona Oeste. O autor é o ex-marido da vítima, que foi preso e autuado em flagrante por feminicídio. A perícia foi realizada no local do crime e o corpo da juíza foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) do Centro. As investigações continuam".
Já a Polícia Militar respondeu apenas que "nesta quinta-feira (24/12), policiais militares do 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes) foram verificar uma ocorrência em uma rua na Barra da Tijuca. No local, uma pessoa foi encontrada já sem vida" e que a ocorrência foi encaminhada para a Delegacia de Homicídios.
O presidente da Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj), Felipe Gonçalves, afirmou que conversou com delegados da Polícia Civil que acompanham as investigações do assassinato da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, de 45 anos, e garantiu que o crime não ficará impune. A Amaerj e a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) tratam o crime como feminicídio. Viviane foi assassinada a facadas na noite da véspera de Natal na Barra da Tijuca na frente das três filhas do casal - duas meninas gêmeas de 9 anos e uma de 12. O ex-marido dela, o engenheiro Paulo José Arronenzi, de 52 anos, foi preso em flagrante. Nesta sexta, a Polícia Civil confirmou que ele foi autuado por feminicídio.

Irmão e cunhada da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi foram ao IML liberar o corpo na manhã desta sexta-feira Estefan Radovicz / Agencia O Dia
Juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, de 45 anos Reprodução / Redes Sociais