Dezoito bairros têm risco alto para o coronavírus; prefeitura do Rio pode fechar comércios

'Se as pessoas não se comportarem de forma adequada, e tiver uma situação de uma região com risco muito alto, tem a chance de fechar determinados comércios', alertou Eduardo Paes

Rio tem 25 bairros com risco alto para Covid-19
Rio tem 25 bairros com risco alto para Covid-19 -
Rio - A Prefeitura do Rio divulgou, na manhã desta sexta-feira, o primeiro Boletim Epidemiológico da Covid-19, elaborado pelo novo Centro de Operações de Emergências – COE COVID-19 RIO. Segundo a lista, que será divulgada semanalmente, sempre às sextas-feiras, vinte e cinco bairros têm risco alto para o coronavírus, levando em conta óbitos e internações.
Outros oito bairros apresentam risco moderado para a doença. Até o momento, nenhuma área da cidade está com risco muito alto ou baixo para a Covid-19. Através do boletim, é possível identificar onde ocorre a maior circulação do vírus e em quais áreas as pessoas estão ficando mais doentes.
Segundo o prefeito Eduardo Paes, esse balanço foi dividido por Região Administrativa, com o objetivo de combater a doença através de medidas específicas para cada localidade.

"A cidade não é uma coisa só. Não dá para imaginar que a realidade de Santa Cruz é a mesma realidade do Leblon. As medidas tomadas a partir de hoje não serão mais necessariamente uniformes para toda a cidade", explicou Paes.
"Se as pessoas não se comportarem de forma adequada, e tiver uma situação de uma região administrativa com risco muito alto, tem a chance de fechar determinados comércios. Me refiro a toda a Zona Sul, Barra da Tijuca, Santa Cruz, Bangu, Anchieta. Se não se cuidarem, há a chance de ir para o risco muito alto", acrescentou o prefeito.
O prefeito explicou que, por meio de uma resolução conjunta com as secretarias Estadual e Municipal de Meio Ambiente, a ser publicada na próxima semana, haverá regras que deverão ser obedecidas em cada estágio de contaminação.
"As diferentes regras vão funcionar a partir desse mapa que será divulgado toda sexta-feira. Por exemplo, numa situação de risco alto, nós temos uma série de restrições previstas para shoppings, boates e que são restrições que hoje, por causa das confusões das regras, ou não são aplicadas, ou não são implementadas. Ninguém entende absolutamente nada. Dada essa confusão, a gente publica na semana que vem essa resolução explicando para cada tipo de atividade comercial o que vai acontecer e nós passamos, a partir do boletim da próxima sexta, a implementar essas medidas. Serão restrições bastante firmes. A prefeitura não tem condições de ficar de babá da população".
Recomendações à população para a utilização dos espaços públicos:

Áreas de risco moderado - fica permitido o acesso à população aos espaços públicos desde que haja cumprimento das medidas protetivas permanentes; se respeite o distanciamento social de 2 metros ou 1,0 m com mitigação de risco, onde 2,0 m não forem viável; é obrigatório a ampliação do horário de funcionamento.
Áreas de risco alto - limitação de público em 1/2 da capacidade do espaço; é obrigatório a ampliação do horário de funcionamento.

Áreas de risco muito alto - limitação de público em 1/3 da capacidade interna do estabelecimento; vedada a entrada para maiores de 60 anos e/ou pessoas com situações clínicas de extrema vulnerabilidade; é obrigatório a ampliação do horário de funcionamento.
De acordo com o secretário Municipal de Saúde, Daniel Soranz, o estudo ainda mostra que a maior quantidade de casos de Covid-19 está entre as pessoas com faixa etária entre 20 e 60 anos. Portadores de cardiopatia e diabetes, além de idosos acima de 60 anos, estão entre os casos mais graves, que podem ser levados a internação e a morte.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES), a cidade do Rio registrou 15.312 mortes e 171.843 casos confirmados da Covid-19, até esta quinta-feira.
Bairros com alto risco para a Covid-19:
Zona Norte: Tijuca, Rio Comprido, Vila Isabel, Méier, Irajá, Madureira e Anchieta.
Zona Oeste: Bangu, Campo Grande, Santa Cruz, Realengo, e Barra da Tijuca.
Zona Sul: Botafogo, Copacabana e Lagoa.
Região Central e Ilha de Paquetá: Centro e Santa Teresa.
Bairros com risco moderado:
Zona Norte: São Cristóvão, Ramos, Penha, Inhaúma, Ilha do Governador, Pavuna, Jacarezinho, Complexo do Alemão, Maré e Vigário geral.
Zona Oeste: Guaratiba, Jacarepaguá, e Cidade de Deus.
Região Central: Zona Portuária
Zona Sul: Rocinha.
Vacinação
"Estamos caminhando para até o final desse mês começar a vacinação. O secretário Daniel Soranz vai para mais uma reunião com o Butantan. Temos um compromisso para comprar 3,3 milhões de doses. Estamos trabalhando para começar a vacinação no mesmo dia que São Paulo", afirmou Paes.
"A doença ainda está aí. Enquanto a vacina não vier, nós temos uma situação crítica. Peço a atenção de todos", acrescentou o prefeito.
No domingo, Soranz, divulgou que o plano prevê cerca de 2,6 milhões de cariocas vacinados na primeira etapa, dividida em quatro subgrupos:
1ª fase: idosos acima de 75 anos de idade; trabalhadores da saúde; indígenas, idosos em instituições de longa permanência, como asilos.
2ª fase: idosos na faixa etária de 60 a 74 anos.
3ª fase: pessoas com comorbidades
4ª fase: professores; profissionais das forças de segurança e salvamento; funcionários do sistema prisional; privados de liberdade.
Os 2,6 milhões de cariocas vacinados nesta primeira etapa representam pouco mais de 30% do total de habitantes da cidade (6,7 milhões) - serão necessárias 5.095.910 doses nesta fase, já que a vacina será administrada em duas doses. Para chegar ao quantitativo, a secretaria de Saúde fez uma planilha com o total de idosos que vivem no Rio: são 811.235 idosos acima de 75 anos; 2.181.861 idosos na faixa etária de 60 a 74 anos; 10.892 idosos em instituições de longa permanência.
Também há no município 545.197 trabalhadores da saúde; 97.225 professores; 92.205 profissionais das forças de segurança e salvamento; 991 funcionários do sistema prisional; 48.708 presos; e 339 indígenas.
Capital terá 450 pontos de vacinação
Sobre a vacinação no Rio, Soranz, afirmou que serão 450 pontos de aplicação das doses espalhados pela cidade, a maioria deles em Clínicas da Família.
"Se não fosse a Clínica da Família, seria muito difícil. São 10,5 mil profissionais de saúde envolvidos. Não é nada simples", declarou Soranz. "O calendário vai ser divulgado pelo programa nacional de imunização. A nossa expectativa é que se inicie no fim de janeiro. Esse calendário vai ser anunciado pelo Ministério da Saúde".
Essa resolução deve ser publicada na próxima semana
Essa resolução deve ser publicada na próxima semana Divulgação