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Anvisa faz reunião hoje para decidir sobre liberação de vacinas

A decisão da diretoria será feita por maioria simples, ou seja, de cinco diretores, três votos a favor ou contra definem o resultado

Fachada do edifício sede da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
Fachada do edifício sede da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) -
São Paulo - A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reúne a sua diretoria colegiada, na manhã deste domingo, para decidir se autoriza ou não o uso emergencial da Coronavac e da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca. No país, os imunizantes serão distribuídos pelo Instituto Butantan e pela Fiocruz, respectivamente.
O encontro contará com cinco diretores da agência para avaliar o pedido emergencial dos imunizantes do Instituto Butantan e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que são responsáveis pelas vacinas CoronaVac e Oxford, respectivamente.
A decisão da diretoria será feita por maioria simples, ou seja, de cinco diretores, três votos a favor ou contra definem o resultado. O encontro começará com a abertura da diretora relatora dos dois pedidos de uso emergencial em análise na Anvisa, que neste caso é Meiruze Freitas.
Depois da abertura da pauta, os especialistas farão uma apresentação das análises técnicas de cada uma das vacinas. Três áreas técnicas farão apresentação: a área de medicamentos, que avalia os estudos clínicos e de eficácia e segurança, a área de certificação de Boas Práticas de Fabricação, que verifica se os locais de fabricação da vacina têm condições adequadas e a área de monitoramento de eventos adversos, que monitora e investiga depois da vacinação se as pessoas tiveram alguma reação à vacina.
Após os pareceres técnicos, a relatora lê o voto e, em seguida, será a hora de conhecer o posicionamento dos diretores, que votam um a um, concordando ou discordando do voto da relatora. O resultado será anunciado pelo diretor-presidente, Antonio Barra.
Assim, a decisão passa a valer a partir do momento em que houver a comunicação oficial ao laboratório, que precisará ser publicada no portal da Anvisa, no extrato de deliberações da Diretoria. A agência informa que não é não há necessidade de publicação no Diário Oficial da União. Além de Barra e Meiruze, o encontro terá a presença de Cristiane Jourdan, Romison Mota e Alex Campos. Todos eles foram nomeados pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
A Anvisa informa que os dois pedidos de uso emergencial são independentes. Os dados técnicos serão apresentados de forma separada para cada um dos pedidos: do Butantan e da Fiocruz.
A reunião será transmitida pelos canais digitais da Anvisa e pela a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que administra a TV Brasil, além de rádios e outros canais do governo. As discussões públicas da agência sempre são transmitidas.

Butantan e Fiocruz serão notificados pela Anvisa sobre a decisão após a reunião. "Também será publicado no portal da agência um relatório com as bases técnicas da avaliação sobre a autorização temporária de uso emergencial, em caráter experimental, de cada vacina contra a covid-19", diz a Anvisa.
Início da vacinação
O Ministério da Saúde vem afirmando que, caso a Anvisa aprove o uso emergencial das vacinas neste domingo, a vacinação em todo o país começaria já na quarta-feira, dia 20. O ministério, inclusive, planeja um evento, no Palácio do Planalto, em Brasília, para abrir oficialmente a campanha de vacinação.
Mas, a imunização contra a covid-19 pode começar ainda hoje em São Paulo, caso a Anvisa aprove o uso emergencial da Coronavac. Segundo apurou o Estadão, as primeiras doses podem ser aplicadas durante o pronunciamento do governador João Doria (PSDB), marcado para ocorrer no Hospital das Clínicas logo ao término da votação da Anvisa.
Profissionais da saúde de diferentes hospitais do Estado receberam convite para estarem na cerimônia e receberem as primeiras doses da Coronavac. Alguns médicos ouvidos pela reportagem afirmaram que ainda estão em dúvida em comparecer ao evento por considerar o ato político. O presidente Jair Bolsonaro e Doria são adversários e miram a eleição de 2022.

Ao Broadcast/Estadão, o secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn afirmou ontem que a vacinação da covid-19 poderia começar oficialmente amanhã no Estado, mas ainda dependia das tratativas com o Ministério da Saúde sobre a quantidade de doses da Coronavac que ficarão no Estado. "Estamos prontos para começar a qualquer momento", disse.

De acordo com Gorinchteyn, o cronograma de imunização em São Paulo, assim como o número de pessoas que serão vacinadas, só poderá ser definido quando a Secretaria de Saúde souber quantas doses receberá da vacina produzida pelo Instituto Butantã em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. "A gente depende dessas tratativas. Precisamos definir com eles o que eles vão fazer", disse.

O secretário, porém, negou que haja um impasse com o governo de Jair Bolsonaro. "Estamos nos posicionando como sempre fizemos. Não existe nenhum desconforto ou falta de cordialidade entre as partes."
*Com informações Estadão Conteúdo